O novo Confea

Brasília, 20 de fevereiro de 2006


Marcos Túlio apresenta conceitos que devem nortear administração

"Marcos Túlio"
Aproveitando a renovação provocada pelas recentes eleições e que trazem para o Sistema Confea/Crea 19 novos presidentes de Creas, apenas oito foram reeleitos, e sete conselheiros federais e seus suplentes, o presidente do Confea, eng. civil Marcos Túlio de Melo, apresentou na manhã de hoje, para os participantes do Encontro de Lideranças, os conceitos que devem marcar sua administração.

Para Túlio, a idéia de um novo Confea separa as atribuições dos diversos atores que formam o Sistema: Creas, Confea, Mútua, Câmaras Especializadas, Entidades Nacionais e Regionais e Instituições de Ensino Superior. “A Mútua, por exemplo, por meio de parcerias, desenvolve o papel diferenciado de prestar assistência ao profissional e essa função é claramente dela.”

Para ele também, é necessário esclarecer a grande confusão que as categorias e a sociedade fazem com relação ao que é o Sistema Confea/Crea/Mútua: “Uma engrenagem formada por segmentos interligados, mas independentes”, acrescentou.

Expectativa  O presidente do Confea lembrou que apesar dos Creas oferecerem cursos para atualização profissional, essa responsabilidade precisa ser discutida: “O Sistema desenvolve papéis que não são o seu foco principal. Vamos redirecionar essa atuação para que o Sistema atenda funções para as quais foi criado”, enfatizou.

Marcos Túlio acredita que a formação de parcerias fortalecerá e conduzirá o processo para um novo Confea.  “Buscaremos organizar as categorias profissionais para contribuir com a construção de projetos de desenvolvimento sustentável nacional”, afirmou adiantando que um Sistema forte não significa necessariamente o fortalecimento do profissional.

Com relação às Entidades Nacionais e Regionais, Marcos Túlio afirmou: “O Sistema precisa buscar capacitá-las, mas sem influir na sua atuação. O que temos que perguntar é: que tipo de apoio querem?”

Marcos Túlio sugeriu ainda a rediscussão de uma das decisões tomadas no 5º CNP, que eleva para 16% o repasse da arrecadação da ART para as entidades de classe. “A maioria dos Creas têm dificuldade de cumprir o percentual que hoje varia de 5% a 10% e muitos não podem repassar. Esse não é um problema regional é do Sistema”.

Um novo modelo de sustentabilidade para os regionais com autonomia para gerir seus recursos e independência do Confea foi defendido por Marcos Túlio, para quem os Creas têm que ter noção clara que somos um Sistema Profissional e que têm que resolver seus problemas em seu âmbito de atuação.

Sobre isso, o presidente do Confea ressaltou: “Temos que ter a clareza que a solução dos problemas exige a responsabilidade de cada um assumindo seu problema”.

Buscar novos procedimentos como soluções colegiadas, traçar diretrizes e compartilhar a administração do Confea são algumas das propostas de Marcos Túlio, que pretende também: “Criar Grupos de Trabalho e um Centro de Custos partícipe e responsável pela condução dos processos.”

Compromisso  A realização no Brasil da terceira edição do Congresso Mundial de Engenheiros, o WEC 2008, visando inserir as engenharias, arquitetura e agronomia nacionais no debate internacional, e ao mesmo tempo abrir mercado de trabalho para os profissionais brasileiros foi um dos compromissos assumidos por Marcos Túlio.

Para ele, essa responsabilidade será compartilhada não só entre Febrae e Confea, mas também com as entidades de classe e o Colégio de Presidentes. “Cada um de nós assume a responsabilidade e se integra nas soluções para termos um Sistema mais fortalecido.”

Ao finalizar, Marcos Túlio agradeceu aos que direta e indiretamente trabalharam para a realização do evento com o qual, segundo ele, não precisou se preocupar. “É assim que quero trabalhar. Com um e todos!”

Reconhecimento - Ao reconhecer o papel das lideranças que ao longo da história coordenaram e presidiram o Confea , Marcos Túlio citou o passado mais recente, mais precisamente a gestão Wilson Lang, que deu um passo importante com o novo Código de Ética e a aprovação da Resolução 1010, que proporcionará um novo debate sobre o exercício das profissões ligadas ao Sistema Confea/Crea.

"Reynaldo Barros"
Reynaldo Barros, presidente do Crea-RJ, parabenizou o presidente pelo senso de urgência em tornar o Sistema em um verdadeiro Sistema. “Conte com todos aqui, engajados, mas temos que formatar as mudanças que o senhor e nós queremos. Como fazer é que é difícil, as opiniões divergem”, encerro Barros.

Ângela Buckman, coordenadora nacional das Câmaras Especializadas de Arquitetura, afirmou: “Precisamos de uma nova postura diante do Sistema e seus problemas, fortalecer as entidades que são nossos porta-vozes e melhorar a atuação profissional”. Para ela, Marcos Túlio apresentou uma proposta clara e objetiva: “Todos fomos convocados a dar nossa contribuição. As câmaras estão dispostas a ajudar e fazer crescer a competência de cada um de nós”, acrescentou.

"Ângela Buckman"
“Antes, o Sistema era feito de ilhas. Em nosso novo Confea estamos construindo em pontes”, disse Lia Sá, presidente do Crea-DF. Ela adiantou também que o regional realiza estudos para instalação de uma procuradoria, com o objetivo de criar e fortalecer entidades locais.

Para Ramalho Ortigão, presidente da Febrae (Federação Brasileira de Associações de Engenheiros), a entidade não poderia ficar alheia às colocações de Marcos Túlio. “A definição do posicionamento do Confea perante os profissionais é de suma importância, já que coloca o Confea diante de sua determinação legal, ou seja, para aquilo que foi criado”, destacou.

Ortigão disse que a Febrae e o Confea trabalham intensamente para a realização da WEC 2008. “Pode contar com o apoio da Febrae durante a sua administração, sob a ótica da nova conceituação trazida para este encontro”, acrescentou.

“O presidente nos deu um rumo, a diretriz que o Confea pretende tomar nos próximos anos”, afirmou Sérgio Maurício, eng. eletricista e coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica.

Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da ACOM