Cidades Inteligentes: o futuro do desenvolvimento urbano sustentável

Presidente VInicius Marchese durante a condução do debate,  após as apresentações dos especialistas colombianos e da secretária paranaense
Presidente Vinicius Marchese durante a condução do debate, após as apresentações dos especialistas colombianos e da secretária paranaense

Salvador (BA), 10 de outubro de 2024.

O conceito de cidades inteligentes vem ganhando força globalmente como resposta aos desafios da urbanização crescente e da busca por sustentabilidade. Esses centros urbanos são projetados para usar tecnologia e soluções sustentáveis, promovendo o bem-estar de seus habitantes e otimizando os recursos disponíveis. Na ênfase sobre inovação e desenvolvimento sustentável, o terceiro dia da 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) trouxe, sob a moderação do presidente do Confea, eng. telecom. Vinicius Marchese, especialistas como os professores da Universidade de Medellín, Carlos Arredondo e Alejandra Balaguera Quintero, a secretária de Estado das Cidades do Paraná, Camila Mileke Scucato e Lucia Beatriz Bellocchio, CEO da Trend Smart Cities, para um painel rico de contribuições valiosas que ajudam a moldar o futuro dessas cidades inteligentes.


Formação inovações tecnológicas e sustentabilidade

Na apresentação "Energías Renovables en las Ciudades Inteligentes y Sustentables", Carlos Arredondo destacou o papel central das energias renováveis na construção de cidades inteligentes. A integração dessas fontes de energia, como solar e eólica, é fundamental para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito estufa. Segundo Arredondo, o uso eficiente de energias limpas não só melhora a qualidade de vida nas cidades, como também as prepara para os desafios das mudanças climáticas, tornando-as mais resilientes. 
 

Professor da Universidade de Medellín Carlos Arredondo no painel Cidades Inteligentes
Professor da Universidade de Medellín Carlos Arredondo no painel Cidades Inteligentes


Camila Mileke Scucato, secretária de Estado das Cidades do Paraná, também contribuiu para o debate com sua apresentação, ressaltando a importância do planejamento estratégico no desenvolvimento de cidades inteligentes, que precisam ser feitos com base em dados e tecnologia, mas sempre com o foco em soluções práticas para as realidades locais. Scucato aponta que o uso de instrumentos como o planejamento urbano digitalizado, geoprocessamento e análise de big data pode apoiar prefeituras e gestores municipais na tomada de decisões mais rápidas e eficazes, promovendo a eficiência e a sustentabilidade dos projetos urbanos.
 

Camila Mileke Scucato, secretária de Estado das Cidades do Paraná
Camila Mileke Scucato, secretária de Estado das Cidades do Paraná


Além disso, a economia circular tem se destacado como um eixo central na transição para cidades mais sustentáveis. Alejandra Balaguera abordou essas tendências em sua argumentação. A economia circular propõe o reaproveitamento de recursos, evitando desperdícios e promovendo a sustentabilidade ao longo de todo o ciclo produtivo. Segundo Quintero, a aplicação desses princípios nas cidades inteligentes ajuda a criar sistemas mais eficientes, tanto em termos de infraestrutura, quanto de gestão de resíduos, criando uma cidade mais limpa e saudável para seus cidadãos. Afinal, o combate às mudanças climáticas é uma responsabilidade compartilhada, e a engenharia está no centro dessa revolução verde.

 

Alejandra Balaguera Quintero, professora da Universidade de Medellín
Alejandra Balaguera Quintero, professora da Universidade de Medellín


Já Lucia Beatriz Bellocchio, em sua palestra, explorou como o conceito de cidades inteligentes pode transformar a vida urbana. Bellocchio acredita que, ao investir em tecnologia, mobilidade urbana sustentável, infraestrutura de dados e serviços públicos eficientes, as cidades podem oferecer uma melhor qualidade de vida para seus habitantes. Isso inclui desde o transporte público até a oferta de serviços públicos integrados por meio de plataformas digitais. 

As contribuições desses especialistas indicam que, para que uma cidade inteligente seja verdadeiramente sustentável, é necessário um equilíbrio entre tecnologia, energia renovável e planejamento urbano consciente. Além disso, é fundamental que o foco se mantenha nas pessoas, garantindo que as soluções propostas melhorem a vida dos cidadãos, tornando os espaços urbanos mais seguros, inclusivos e ecologicamente corretos.

 Presidente Eng. de Telecom Vinicius Marchese mediando o painel Cidades Inteligentes.
 Presidente do Confea, Vinicius Marchese, mediando o painel Cidades Inteligentes


Nos últimos anos, o Sistema Confea/Crea vem investindo na promoção de políticas públicas e de incentivo à capacitação dos seus profissionais em áreas estratégicas ligadas à sustentabilidade. Um dos destaques é a Soea 2024 Carbono Neutro, e os projetos que envolvem a construção de cidades inteligentes, em que a engenharia de dados, a gestão hídrica e energética são planejadas de forma a reduzir impactos ambientais. Também têm ganhado notoriedade projetos de energia solar, eólica e biomassa, áreas em que engenheiros do sistema têm demonstrado grande capacidade de inovação.

Reportagem: Daniel Lobato (Crea-AC)
Edição: Henrique Nunes (Confea) 
Equipe de Comunicação da 79ª Soea
Fotos: ArtFoto Produtora/Confea