Brasília, 10 de julho de 2023
Na noite de 29 de junho último, uma mineradora de Nazareno (MG) acionou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para informar que duas fontes seladas de Césio 137 haviam desaparecido. A suspeita é de furto e a mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e possui autorização para operação vigente até 30 de dezembro de 2025.
A situação logo acendeu a lembrança de um caso de 1987, quando dois catadores de materiais recicláveis encontraram Césio 137 de uma máquina de radioterapia que estava localizada no Instituto Goiano de Radioterapia, em Goiânia. Eles venderam a peça para um ferro-velho. A peça foi aberta pelo dono do local. Uma boa quantidade de Césio 137 acabou sendo exposta, contaminando a população. Quatro pessoas morreram de forma imediata.
O engenheiro nuclear e professor do Instituto Militar de Engenharia (IME) Avelino dos Santos, no entanto, alerta: as fontes desaparecidas da mineradora de Nazareno têm 300 mil vezes menos atividades do que as de Goiânia de trinta anos atrás. "É como comparar um copo d'água com uma piscina olímpica. Não há como se afogar no copo d'água". Além disso, o material do caso de Goiânia era solúvel, diferente do Césio de Nazareno, que está prensado em cerâmica e não se mistura à terra. "Não há motivo para alarde", pontua Avelino.
Tendo em vista a análise do professor Avelino dos Santos e a corroboração do coordenador da coordenadoria nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Química, eng. quím. Erick Galante, o Confea vem a público manifestar apoio e confiança nos trabalhos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e clama à sociedade para que não acredite em falsos alarmes.
Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Com informações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Jovem Pan