Brasília, 26 de abril de 2023.
A análise de solo é fundamental para o manejo da fertilidade do solo, mas sua interpretação pode ser desafiadora. É nesse contexto que o livro "Análises de solo – guia prático para interpretação", escrito pelo engenheiro agrônomo Juarez Tomé, se destaca como recurso valioso para profissionais da Agronomia e estudantes em formação. “Esse livro foi planejado para ser um guia de consulta rápida quando, tendo recebido do laboratório os resultados, o profissional da Agronomia tem o desafio de interpretar corretamente esses resultados e tomar decisões sobre doses de corretivos e fertilizantes a serem utilizadas.”
Além da interpretação dos números e de roteiros para realização de cálculos, a publicação apresenta tabelas, diagramas, ilustrações e vários conceitos básicos sobre fertilidade do solo e os princípios que orientam essa importante tecnologia de análise química e física do solo. “Assim, ele serve também como apoio para estudantes em formação profissional. Pode servir como livro em disciplinas do curso de Agronomia, pois, inclui um dicionário com o significado exato de 198 termos”, comenta o autor.
Publicado originalmente em 1997, o conteúdo foi reeditado para atender à crescente demanda por informações sobre o assunto. “Esse guia fornece informações básicas para interpretar os números constantes em um laudo típico de análises de solo para fins agronômicos. E também fornece instruções sobre como fazer a amostragem das áreas agrícolas e como realizar cálculos de doses de corretivos, como calcário, e fertilizantes químicos a serem aplicadas, se necessárias”, detalha Tomé, que segue explicando o contexto agrícola do país.
“Desde a década de 1970, o Brasil vem aumentando significativamente a produtividade das culturas agrícolas, tendo passado de um país importador para exportador de alimentos dessa época para cá. O uso de corretivos de solos e fertilizantes foi uma medida essencial para esse sucesso em nossos solos tropicais, que em geral são de baixa fertilidade. A conquista dos Cerrados se baseou fortemente na correção da acidez e fertilização desses solos, além, é claro, do desenvolvimento de novas cultivares, técnicas de produção e mecanização”, lembra o especialista, ao afirmar que as práticas de correção do solo e adubação das culturas têm a capacidade de aumentar e manter a produtividade, ao mesmo tempo garantindo a segurança alimentar e reduzindo a necessidade de abertura de novas áreas.
Mas como todos os recursos, a calagem e adubação devem ser bem utilizadas, pois têm custos elevados, como salienta Tomé. “A análise de solo tem um papel fundamental na racionalização de uso dessas tecnologias, pois permite calcular as doses que trarão maior retorno econômico, reduzindo desperdícios e ocorrência de problemas técnicos como toxidez por excesso. É responsabilidade dos profissionais de Agronomia saberem utilizar corretamente essa importante ferramenta de otimização que é a análise química e física de solo”, frisa.
Sobre o autor
Juarez Tomé é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). Fez mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e doutorado na UFV, ambos em Agronomia, na área de concentração de Solos e Nutrição de Plantas. Trabalhou como professor universitário em Bandeirantes (PR), tendo sido responsável na época pelo laboratório de Fertilidade do Solo da extinta Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel (FFALM) e colaborou na montagem de diversos laboratórios em diversas regiões do Brasil. Nesta época, foi fundador e coordenador da Comissão Estadual de Laboratórios de Análises de Solos do Paraná (Celas-PR). Atualmente trabalha em gestão de pesquisas.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea, com informações do autor da publicação