Licenciado em Matemática pela Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em 1972; Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1974; Mestre em Engenharia Civil pela Universidade da Califórnia (EUA), em 1981; Doutor em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP), em 1992
Nascimento: Ourinhos (SP), 25 de fevereiro de 1951
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)
“Sempre quis trabalhar para melhorar a vida das pessoas”, conta Marcos José Tozzi, que ainda na juventude enxergou a Engenharia como atividade social. “Ela permite atender necessidades básicas a partir de sistemas de energia, transporte e moradia."
"De forma filosófica, digo que a Engenharia Civil chega a alterar obras de Deus para facilitar a vida de todos.”
Aos treze anos deixou Ourinhos (SP) para viver com os tios em Curitiba (PR). “Não tinham filhos e eu tive oportunidade de morar com eles e realizar o sonho de me graduar”, lembra, mencionando como inspiração dois irmãos mais velhos que estudavam para ser engenheiros. Em 1970, iniciou Engenharia Civil pela manhã, e prosseguia Matemática à noite. “Em 1972, no período da tarde livre comecei estágio no CEHPAR [Centro de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza], de onde saí somente após me aposentar da Copel [Companhia Paranaense de Energia que abrange o CEHPAR].”
Com a vida dedicada à Engenharia, Tozzi escreveu a trajetória como planejara. Fez entregas à sociedade, “realizando sonhos enquanto profissional e cidadão”. Participou de projetos de obras nacionais, como da usina reduzida de Itaipu, além de ter concluído estudo sobre grandes hidrelétricas do Paraná e de algumas das maiores usinas do Brasil.
Ganhou notoriedade internacional ao publicar a teoria sobre escoamento em vertedouros com degraus.
De concreto compactado com rolo, os degraus servem para dissipar a energia da vazão ao longo do desaguadouro, causando menor impacto na região de jusante da barragem, onde o rio volta a ser rio após a saída da água pelas turbinas da hidrelétrica. Estudando essas estruturas no doutorado, Tozzi estabeleceu equações inéditas para definir a distribuição de velocidades e o início e a resistência do escoamento.
A função social também foi desempenhada na academia, onde formou mais de dois mil engenheiros civis.
“A atividade como professor trouxe alegrias e realizações. Inúmeras homenagens recebidas dos alunos confirmavam que eu estava no caminho certo.”
Atuante em entidades de classe, filiou-se a instituições internacionais e nacionais e exerceu a vice-presidência na Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) de 2011 a 2016. Foi lá também que iniciou a produção de estudos para melhoria da qualidade de cursos de Engenharia. “Os livros representavam nossas experiências práticas no ensino, visando contribuir com boas sugestões ao processo de aprendizagem”, descreve.
Foram 121 trabalhos publicados, sendo o mais recente "Não está na hora de termos um exame de ordem para cursos de Engenharia?", em colaboração com os filhos engenheiros civis Adriana e Rafael. O projeto foi exposto no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc) em 2019, organizado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
Escreveu um capítulo de livro sobre Engenharia Hidráulica e outros seis sobre Educação em Engenharia. Nessa temática, organizou sete publicações. É autor ainda do livro “Trajetória e estado da arte da formação em Engenharia, Arquitetura e Agronomia – volume II”, divulgado em 2010, com apoio do Confea e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Incansável, prossegue a carreira mesmo tendo se aposentado. Trabalha com os filhos na Tozzi Engenharia e Consultoria Ltda. e segue difundindo conhecimento em artigos sobre educação.
Trajetória profissional
Engenheiro da Copel, lotado no CEHPAR (1975-1998), onde foi chefe da Divisão de Hidráulica (1987-1995), diretor (1990-1994) e diretor adjunto (1994-1998); Na Universidade Federal do Paraná – UFPR, foi professor (1975-2007) e chefe do Departamento de Hidráulica e Saneamento (1993-1994), vice-diretor do Setor de Tecnologia (1994-1998), professor da pós-graduação em Engenharia Hidráulica (1986-1998); Integrante da Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH e da Associação Brasileira de Engenheiros Civis – Abenc; Membro do Comitê Científico da Revista Brasileira de Ensino de Engenharia, da Abenge (2006); Na Universidade Positivo, foi diretor do Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas (1999-2009) e diretor acadêmico (2010-2011); Orientador de mais de 15 dissertações de mestrado; Parecerista e membro de comitês técnico-científicos de congressos; Participou de 91 congressos e 60 cursos de extensão; Palestrante em 169 cursos e do Contecc (desde 2016); Patrono, paraninfo e professor homenageado de 24 turmas de formandos; Troféu Paraná de Engenharia – Destaque no Ensino de Engenharia, pelo Instituto de Engenharia do Paraná (2006); Troféu Pioneiro das Engenharias da Universidade Positivo (2015); Prêmio Destaque Profissional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná – Crea-PR, na categoria Carreira (2016); Diploma Honra ao Mérito – Abenc (2017).