Geólogo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1964
Nascimento: Rio de Janeiro (RJ), 18 de abril de 1942
Indicação: Ricardo Latgé Milward de Azevedo, conselheiro da Câmara Especializada de Geologia e Engenharia de Minas do Crea-RJ e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE)
Dedicada à Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), onde trabalhou por 38 anos, a vida profissional do geólogo Guilherme de Oliveira Estrella é marcada por estudos e projetos pioneiros, e descobertas de diversos campos de petróleo. No Brasil, entre eles, o do Pré-Sal, nas bacias de Campos e Santos, que projeta a viabilidade de um país com maior capacidade energética no futuro, e revela todo o sentido de sua profissão: “Gerar bens para o país se desenvolver”, resume ele, que confessa, entre tantas experiências, “a mais emocionante foi a descoberta do Pré-Sal”.
Para Estrella, “mais que a técnica da empresa - uma das mais capacitadas no planeta -, a descoberta revelou uma riqueza no território brasileiro, feita por brasileiros, por uma empresa que explora no mundo inteiro, mas descobriu o pré-sal numa área que estava abandonada. Uma descoberta da qual o povo brasileiro se sentiu partícipe. Vi isso nas ruas, no jornaleiro, que, sem saber quem eu era, perguntava, ‘o senhor leu sobre o pré-sal?’”.
Durante as décadas em que atuou na Petrobras, Estrella participou do processo que a colocou entre as mais competitivas do planeta.
No exterior, pela Braspetro, Estrella descobriu o campo de Majnoon, no Iraque – o maior já descoberto em toda a história da empresa, com reservas superiores a 10 bilhões de barris.
Mas para além do campo das descobertas, Estrella, como é chamado, coordenou o projeto que revolucionou a interpretação sobre o sistema petrolífero, ao demonstrar a origem lacustre das rochas geradoras das bacias da margem sudeste e leste brasileiras.
Durante as décadas em que atuou na Petrobras, participou do processo que a colocou entre as mais competitivas do planeta. Foi durante esse período que ele e a empresa estabeleceram um tal vínculo de comprometimento que, mesmo depois de aposentado, Estrella aceitou convite para permanecer na ativa.
Reconhecido com títulos como o de Dr. Honoris Causa pela Universidade do Porto, em Portugal em 2009 e pela Universidade Federal de Ouro Preto (MG), em 2010, o geólogo liderou equipes como a que perfurou o primeiro poço na Plataforma Continental Brasileira, na Bacia do Espírito Santo.
A vida profissional do geólogo Guilherme de Oliveira Estrella é marcada por estudos, projetos pioneiros e descobertas como a do Pré-Sal.
Acreditando que “só o fazer dá competência”, se destacou com a modernização do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), com a criação de biblioteca, laboratórios e, entre outros projetos, o da construção de Tatuí, o primeiro robô brasileiro de inspeção submarina.
Trajetória profissional
Atividades, cargos e funções exercidos na empresa Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras (1965-1994): Geólogo de poço, descobridor dos campos de Miranda e de Fazenda da Onça, na Bacia do Recôncavo Baiano e integrante da equipe que perfurou o primeiro poço na Plataforma Continental brasileira, Bacia do Espírito Santo (1965-1972); Geólogo de Interpretação de Bacias Sedimentares de Sergipe e de Alagoas (1972-1974); Geólogo de Avaliação Geológica de contratos de exploração (1974-1976); Promoção de cursos como o de Análise de Bacias Sedimentares. Petrobras Internacional S.A. (Braspetro): Chefe e gerente de Exploração no Iraque, descobridor do campo de Majnoon, no Iraque (1976-1978); Chefe de Interpretação de bacias da Costa Leste brasileira, avaliador da exploração das Bacias Recôncavo Mar, Camamu-Almada, Jequitinhonha, Cumuruxatiba e Espírito Santo (1978-1981); Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes): Chefe do Laboratório de Geoquímica Orgânica; introdutor de novas metodologias científicas e tecnologias de avaliação de rochas geradoras de petróleo, colocando a Petrobras entre as mais avançadas empresas petrolíferas no campo da Geoquímica Orgânica do Petróleo (1981); Chefe da Divisão de Exploração (1982-1985); Superintendente de Exploração e Produção e do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento; Criação da biblioteca, do Programa de Alfabetização de Adultos para os empregados das empresas prestadoras de serviços (1992); Implantação do Laboratório de Dinâmica de Fluídos, aplicada à produção de óleo; Projeto e construção de Tatuí, o primeiro robô brasileiro de inspeção submarina; Criação dos cursos de Geoengenharia de Reservatórios junto à Universidade de Campinas (Unicamp), e de Estratigrafia/ Paleoecologia, junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Implantação do Arquivo Geral de Testemunhos de Sondagem da Petrobras; Implantação do Laboratório de Análise Tridimensional de Testemunhos de Sondagem; do Centro de Processamento de Imagens por Satélite; Implantação de laboratórios de análise de reservatórios petrolíferos no centro tecnológico da Ecopetrol – empresa colombiana – em Barranca Bermeja, Colômbia (1989-1993); Diretor de Exploração & Produção (E&P) da Petrobras – autor de relatórios técnico-gerenciais, entre os quais “Majnoon Oil Field, Iraq, Reserve Evoluation and appraisal program”; Membro do Conselho de Administração das empresas Petrobras Energia Participaciones S.A., Petrobras Energia S.A., na Argentina; Petrobras Gás S.A. (Gaspetro) e a subsidiária, Transportadora Associada de Gás S.A. (Tag); Diretor do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (1993-1994); Diretor de Exploração e Produção (2003-2012).