Coronavírus: Agronomia potiguar em ritmo acelerado

Nas grandes cidades apenas serviços essenciais devem funcionar. Na zona rural, apesar da pandemia com o coronavírus, o trabalho dos agricultores potiguares não pode parar. São eles os responsáveis em abastecer serviços essenciais que continuam abertos na Grande Natal, como os supermercados. Em ritmo acelerado, os agricultores precisam dar continuidade à rotina do campo, pois lidam com organismos vivos como plantas, animais e aves, mesmo que agora estejam acompanhamos por dois artigos essenciais nesse momento de Covid-19: luvas e álcool em gel.  

Preocupados em proteger os clientes e cuidar de si mesmos, os agricultores familiares de Caraúbas, município distante cerca de 296 quilômetros de Natal, participam de uma feira na sede da Emater local onde comercializam os produtos cultivados por suas famílias. A ideia surgiu quando a feira da cidade foi suspensa como medida preventiva de evitar a contaminação pelo Covid-19. "Essa foi uma ferramenta que encontramos para escoar a produção dos agricultores locais. Nos reunimos e explicamos que existem outras formas de vender que aproximam o cliente do agricultor, como o delivery, e apresentamos as redes sociais”, declarou o extensionista rural da Emater, engenheiro agrônomo Fagner Brito.

Somente em duas feiras realizadas no espaço, os agricultores conseguiram vender 900 quilos por feira. A renda com as vendas variaram de 90 reais a 600 reais. Oito famílias atualmente participam do projeto, mas Fagner disse que o local tem condições de abrigar o dobro. "Quem tiver interesse em participar basta nos procurar no escritório da Emater", garante.

Na opinião da coordenadora da Câmara Especializada em Agronomia do Crea-RN, Lindalva Dantas, a agronomia será essencial para a retomada da economia do país. “O agronegócio tem demonstrado sua força nos últimos anos, especialmente nesse momento de pandemia do coronavírus, vemos como é importante o trabalho desenvolvido no campo para o abastecimento dos itens essenciais”, argumentou.

Se para o pequeno agricultor o trabalho continua firme, não tem sido diferente nas grandes empresas que atuam no ramo da agroindústria. Conhecida tradicionalmente pelo cultivo de melão, a Agrícola Famosa, localizado na cidade de Mossoró, aproximadamente 280 quilômetros de Natal, não parou o funcionamento da fazenda devido à programação de novas áreas que estão sendo preparadas para o plantio no segundo semestre, época de produção e exportação dos frutos.
“O Rio Grande do Norte é conhecido internacionalmente pela qualidade dos frutos que produz e exporta. O trabalho dos engenheiros agrônomos é de extrema importância, pois eles garantem a qualidade do alimento que chega à mesa do consumidor, sendo essa uma prática saudável”, destacou o presidente do Crea-RN em exercício, Vilmar Segundo.

O gerente de Irrigação, engenheiro agrônomo Alisson de Souza Oliveira, explica que durante o primeiro semestre as áreas estão sendo preparadas com incorporação de adubos ao solo, entre outras técnicas de plantio. “Começamos o plantio em junho e após dois meses iniciamos a colheita para exportar a partir de agosto”, disse.

Os dados da empresa chamam atenção: no segundo semestre cerca de 8 mil hectares são plantados, cada hectare produz uma média de 25 toneladas de frutos, aproximadamente 6 mil pessoas trabalham na fazenda para dar conta de toda a produção e encaminhar para exportação 60% do que é cultivado. “Nosso trabalho não pode parar, lidamos com a natureza e precisamos levar frutas à mesa das pessoas”, comentou o engenheiro agrônomo.

Serviço:
Escritório da Emater em Caraúbas
Rua Agácio Medeiros, S/N, conjunto Nestor Fernandes

Fotos cedidas pela Emater de Caraúbas RN