Perfil
Quando Benedito Torquato de Oliveira faleceu, foram muitas as manifestações de pesar. De um dos filhos, ouviu-se que o pai “sentiu em vida todo o carinho e o companheirismo dedicados a ele”. “Sempre de bom humor!!!”, lembraram os colegas de magistério.
A competência e a honradez também foram lembradas. No processo da doença que o abateu – um câncer que o levou aos 71 anos -, Torquato – como era chamado - teve tempo de rever, pensar e repensar a vida, e criar frases, uma de suas manias. A última foi uma constatação e serviu de consolo aos que sentiram sua partida: "A vida é assim, a gente vem, a gente vai...". Mas antes dela vieram muitas outras, entre elas: "Os livros também são nossos pais". "Paciência é a ciência da paz" e, "Se não puder fazer um amigo, não faça um inimigo", sábio ensinamento indicando o diálogo como argamassa para uma boa construção de amizades.
Na memória de Gerardo Araújo, ex-aluno que chegou a trabalhar periciando obras públicas com o mestre: “Enquanto professor, Torquato era sensato. Era também um excelente aluno. Ao longo da vida, na medida em que achava necessário, foi adquirindo e compartilhando conhecimentos”.
“Eu me surpreendi”, conta Abner José de Oliveira Filho, transferido para o Ceará, para chefiar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Estado (Dnit-CE), onde Torquato atuou por 32 anos. “Eu o conheci em 2010, quando cheguei”. Hoje analista do mesmo Departamento, Abner lembra: “Ele era bem mais velho do que eu, mas seu vigor se revelava na dedicação, ao vestir a camisa e trabalhar incansavelmente pela infraestrutura rodoviária do estado. Ele não titubeava em ajudar a concluir empreendimentos inacabados. Era transparente em seu comprometimento com a causa pública”.
Neto de agrimensor e filho de topógrafo, Torquato trouxe e manteve o DNA que identifica o gosto pelas matérias exatas. Dois dos quatro filhos que teve com a advogada Maria Célia Parente de Oliveira seguiram a Engenharia Civil. A herança pelo interesse por mundos novos ficou com uma das filhas que optou pelo Turismo e a outra ficou com a Legalidade, formada em Direito.
Trajetória Profissional
Professor de Engenharia Civil nas disciplinas de Mecânica Geral, Estatística das Construções II, Resistência dos Materiais I e II, Construções Especiais em Concreto Armado, Desenho Básico, Geometria Descritiva e Direito Social (1978 a 2003); Extensão universitária em Concreto Protendido, Fundações, Estruturas Especiais de Concreto, e em Elementos Especiais Estruturais de Concreto Armado, pela Unifor (1979 e 1981); Estabilização e Contenção de Encostas, pelo Instituto Militar de Engenharia – IME (1998); Conselheiro no Crea-CE, pelo Sindicato dos Engenheiros do Ceará; Engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Dnit (1973-2015); Trabalhos técnicos: “Cascas Cilíndricas” (1995); “Legislação Profissional para Engenheiros Civis” (2013).