Apresentação do planejamento estratégico do Crea encerra Encontro de Lideranças

Vitória, 26 de março de 2011.

O presidente do Conselho, Eng. Civil e Seg. Trab. Luis Fiorotti fez uma breve apresentação do Crea-ES 2020 - Visão Estratégica, na tarde deste sábado (26/3), em Domingos Martins. A apresentação marcou o término das atividades do Encontro de Lideranças do Crea-ES.

O documento é extraído dos debates feitos com conselheiros, inspetores, profissionais, autoridades públicas, empresários e representantes de entidades de classe e de instituições de ensino ligados à área tecnológica. “Ao longo de seus 50 anos, o Crea-ES apresenta efetiva participação no desenvolvimento econômico, social e ambiental do Espírito Santo. Nossa visão é de ser uma instituição reconhecida no Sistema Confea/Crea e junto à sociedade civil organizada como modelo na orientação e fiscalização profissional”

Falando mais especificamente do planejamento estratégico, o presidente Fiorotti explicou que os trabalhos são fundamentados em três eixos: Consolidação das Relações Institucionais; Sustentabilidade Econômica e Financeira; Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental.

“A Visão Estratégica para os próximos dez anos é balizada no Planejamento Estratégico do Crea-ES 2009-2011; no Projeto Pensar o Brasil - Construir o Futuro da Nação; e no Plano ES 2025, elaborado no Governo Paulo Hartung”, finalizou.

Oportunidades de negócio
A programação da tarde do segundo dia (26/3) do Encontro de Lideranças do Crea-ES, em Domingos Martins, iniciou com a palestra do consultor e Eng. Mecânico Durval Vieira de Freitas que tratou das oportunidades de negócios e empregos na área tecnológica.

PDF. O palestrante explicou como funciona o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Estado do Espírito Santo (PDF-ES), com a contribuição do diretor do Sindifer, Rusdelon Rodrigues de Paula.

O PDF visa promover o desenvolvimento socioeconômico através do desenvolvimento de empresas, entidades e empresários, para alavancar o crescimento do Espírito Santo, acreditando que a oportunidade e a competência são chaves para o desenvolvimento empresarial e da economia.

O principal objetivo do PDF é propiciar a integração dos fornecedores locais com as empresas investidoras e detentoras de tecnologia, promovendo parcerias entre empresas de diversos setores, incluindo micro, pequenas e médias empresas e profissionais liberais.

Os setores de atuação abrangem várias empresas da área tecnológica. De acordo com o Eng. Mecânico Durval Vieira de Freitas, são mais de 900 fornecedores capixabas que atuam, por exemplo, na fabricação de equipamentos e estruturas metálicas; montagem e manutenção mecânica e elétrica; construção civil pesada; engenharia e gerenciamento de projetos; além de serviços e comércio em geral.

O palestrante listou ainda os principais indicadores da economia capixaba. “Somos o segundo produtor de petróleo e gás do Brasil; maior complexo de pelotização do mundo; maior exportador de placas de aço e de minério de ferro do mundo; primeiro exportador de celulose branqueada de fibra curta do Brasil; maior produtor de mármore e granito do Brasil; segundo produtor de café do Brasil; segundo produtor de ovos de galinha do Brasil; primeiro produtor de mamão papaia do Brasil; e respondemos por 51% da carga geral exportadora do Brasil”, salientou.

Segundo Freitas, as empresas locais estão crescendo e sendo reconhecidas no mercado nacional. “Concorrentes nacionais e do exterior estão atentos a evolução da economia capixaba. É necessário investimentos em capacitação e qualificação de mão de obra, melhoria gerencial e parcerias para absorção de tecnologia e conhecimento. As perspectivas de oportunidades nos próximos anos são promissoras. O futuro depende do esforço de todos, em especial da interação da iniciativa privada e governo”, conclamou.

Cooperativismo
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB), Eng. Agrônomo Esthério Sebastião Colnago discorreu sobre o cooperativismo e a inclusão social com o desenvolvimento sustentável.

Segundo Colnago, a OCB tem como objetivos representar, defender e integrar todos os ramos de cooperativas atuantes no Espírito Santo; fomentar, orientar e assessorar a constituição de cooperativas de todos os ramos bem como prestar diversas assessorias às cooperativas registradas; organizar, administrar e executar a formação profissional dos empregados, dirigentes e cooperados das cooperativas capixabas; além de operacionalizar o monitoramento, a supervisão, a certificação de regularidade técnica e os princípios, doutrina e ética do cooperativismo.

Números. O cenário atual do cooperativismo capixaba conta com 139 cooperativas; 154 mil cooperados; e 6 mil empregados. “Entre as 200 maiores empresas do Espírito Santo no ranking da Findes, 15 são cooperativas.As cooperativas daqui atuam em ramos como o agropecuário, consumo, crédito, educacional, habitacional, produção, saúde e transporte”, disse Colnago.

O palestrante salientou que há outros ramos que as cooperativas poderiam atuar no estado. “Apesar de todo o potencial turístico do Espírito Santo, este setor não conta com nenhuma cooperativa”, afirmou.

Colnago finalizou sua apresentação com a conclusão tirada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994, que diz: “Os empreendimentos cooperativos propiciam os meios organizacionais a que significativas parcelas da humanidade se habilitem a conduzir, por seus próprios meios, a tarefa de gerar empregos produtivos, diminuir a pobreza e alcançar a integração e inclusão social”.

Política Estadual de Ciência e Tecnologia
Os novos rumos da Política Estadual de Ciência e Tecnologia foi o tema da terceira palestra do encontro de Lideranças do Crea-ES. A exposição foi feita pelo Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, professor Jadir José Pela que iniciou sua fala com um breve histórico do setor: “O Governo do Espírito Santo consolidou o sistema estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) com a criação da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo, através das leis 289 e 290 de 2004”.

A Sect e a Fapes atuam sob as diretrizes aprovadas no Conselho Estadual de CT&I (Concitec), formado por representantes da academia e do setor produtivo da sociedade. O objetivo é promover o desenvolvimento científico e tecnológico estadual, com diminuição das desigualdades.

“A produção de conhecimento, inovação e desenvolvimento é um dos eixos estratégicos plano de governo 2011-2014. A visão de futuro 2014 do Governo do Eng. Florestal Renato Casagrande é a de um Espírito Santo que priorize o desenvolvimento sustentável, com oportunidade para todos, mais próspero e seguro”, afirmou o secretário, lembrando que o “Crea-ES é um grande parceiro neste caminhada”.

O professor Jadir dividiu sua palestra com o diretor Presidente da Fapes, Professor Dr. Anilton Salles Garcia, que falou das atribuições da entidade. “A Fapes é responsável pela gestão do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (FUNCITEC), pela captação de recursos financeiros e pela operacionalização do apoio técnico e financeiro às instituições públicas e privadas de CT&I”, explicou.

Foram elencados ainda na palestra os principais desafios enfrentados pela Sect e as estratégias e ações planejadas. “Um desafio, por exemplo, é atender as necessidades de formação profissional, técnica e tecnológica do Estado. Nossa estratégia é estabelecer uma Rede Estadual de educação profissional, técnica e tecnológica”, citou o Secretário.

Micro e pequenas empresas
O empreendedorismo e o cenário atual das micro e pequenas empresas no Espírito Santo foi o assunto exposto na palestra do Economista José Eugênio Vieira, diretor superintendente do Sebrae, um dos palestrantes convidados a participar do Encontro de Lideranças do Crea-ES que teve início nesta sexta-feira, dia 25/3, e vai até domingo, em Domingos Martins.

“O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma entidade privada sem fins lucrativos que atua como um agente criado para estimular o empreendedorismo e o desenvolvimento do Brasil”, iniciou.

Ainda sobre o Sebrae, o palestrante pontuou os focos de atuação da entidade. “Na gestão, para qualificar empreendedores e empresários no gerenciamento de seus negócios; focamos também no crédito, para auxiliar empresas e empreendedores no correto planejamento para acessar o crédito; no mercado, com o objetivo de capacitar e criar meios para que as empresas acessem novos mercados, fidelizem clientes, e ampliem suas vendas; na inovação com a melhoria dos produtos e processos, além de estímulo à criatividade; e por fim nas políticas públicas, para criar a ambiência e o arcabouço legal que incentivem o empreendedorismo, possibilitem o crescimento e a competitividade das micro e pequenas empresas”, relacionou.

Sobre o cenário estadual, Vieira afirmou que em 2010, o Espírito Santo registrou o menor índice de falência de micro e pequenas empresas no Brasil, com 14%. “Nossas pesquisas apontam que, de um universo de 118.832 empreendimentos instalados no Estado, 117.748 são de micro e pequeno porte, que respondem pela maioria dos postos de trabalho, uma fatia de 312.765 de um total de 531.327 empregos formais gerados”, informou.

Em outro momento da palestra foram abordados os principais motivos que levam à falência das micro e pequenas empresas. Segundo o diretor superintendente do Sebrae a lista inclui o comportamento empreendedor pouco desenvolvido; a falta de planejamento do negócio; a gestão financeira deficiente; a insuficiência de políticas de apoio; as flutuações na conjuntura econômica; e os problemas pessoais dos proprietários.

Oportunidades

O palestrante citou dois seguimentos importantes e que geram oportunidades para as micro e pequenas empresas:

- Compras Governamentais: É um grande mercado para as micro e pequenas empresas, já que a Lei Geral 123/ 2006 proporciona ao município a possibilidade de instituir que as compras até R$ 80 mil sejam feitas exclusivamente de empresas que se enquadram nesta classificação;

- Empreendedor Individual (EI): É uma boa oportunidade para os pequenos negócios que estão informais, já que, uma vez formalizados, os empresários passam a ter condições de vender e prestar serviços para pessoas jurídicas.

GesPública
O presidente do Conselho, Eng. Civil e Seg. Trab. Luis Fiorotti fez a abertura dos trabalhos no segundo dia do Encontro de Lideranças do Crea-ES relembrando aos participantes sobre os debates previstos para o dia.

“Na manhã do segundo dia do Encontro de Lideranças vamos conferir ainda palestras sobre empreendedorismo no cenário atual das micro e pequenas empresas capixabas; cooperativismo; e política estadual de ciência e tecnologia, seguidos de debate”, explicou Fiorotti.

“A melhor maneira de predizer o futuro é inventá-lo”. Foi com esta frase de Alan Kay que o superintendente do Crea-ES, Adm. Aluyr Carlos Zon Júnior, iniciou sua apresentação sobre o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização - GesPública. “Criado pelo decreto nº 5.378 de fevereiro de 2005, o GesPública tem como missão contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para a competitividade do País”, disse o superintendente.

Aluyr apresentou também um breve histórico anterior ao GesPública:
- 1956: Comissão de Simplificação Burocrática;
- 1979: Programa Nacional de Desburocratização;
- 1990: Sub Programa da Qualidade e Produtividade na Administração Pública (PBQP);
- 1996: Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP);
- 2000: Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP).

Além de explicar as etapas que devem ser seguidas para se conquistar o GesPública, o palestrante comentou os principais fundamentos que norteiam o Programa. “O foco é no cidadão e na sociedade. Os fundamentos são o aprendizado organizacional, cultura da inovação, geração de valor, desenvolvimento de parcerias, controle social, gestão participativa, orientação por processos e informações, responsabilidade social, comprometimento com as pessoas, visão de futuro, liderança e constância de propósitos e o pensamento sistêmico”, concluiu.

Para saber mais sobre o GesPública acesse http://www.gespublica.gov.br

Equipe de Comunicação do Crea-ES