Wilson Lang defende política mineral para Mato Grosso

sexta-feira, 30 de março de 2001. O presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Wilson Lang, pediu ao governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, que priorize a implantação de uma política mineral para o Estado. Lang, acompanhado do presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso, Jair Durigon, enfatizou a importância do fomento no setor de Geologia para reduzir os custos de produção agrícola com insumos. A audiência no Palácio Paiaguás ocorreu na última quinta-feira, no final da tarde. Em resposta, o governador Dante de Oliveira disse que há três projetos para a exploração mineral em Mato Grosso, que podem reduzir a importação de agroquímicos pelo estado. O problema é que, segundo o próprio governador, mesmo com esses projetos implantados, a previsão é que apenas 38% da demanda seja atendida. A possibilidade de redução de custos para a agricultura só vai ser determinada quando o governo anunciar o Plano Estadual de Exploração Mineral, que está "quase pronto". Lang veio a Mato Grosso para participar da comemoração dos 50 anos da Associação de Engenheiros Agrônomos (AEAMT). Durante a audiência, o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Satyro Pohl Moreira de Castilho, enfatizou ao governador que o Estado tem reservas de diversos minerais que poderiam estar sendo exploradas, de maneira a reduzir custos em diversos setores de produção - especialmente na agropecuária, com a produção local de agroquímicos através de agregação de valores. Outro tema em debate na audiência foi o transporte hidroviário. Wilson Lang colocou o sistema Confea - que é o maior do planeta, englobando 850 mil profissionais - à disposição do governo de Mato Grosso para um mega debate sobre a questão das hidrovias como alternativa de escoamento mais barato aos produtos do Estado. Dante lembrou a importância da saída dos produtos mato-grossenses diretamente para a Europa. O governador explicou que, quando a soja de Mato Grosso chega ao território europeu sem estar misturada a outros produtos, há um bônus de até US$ 5 por tonelada, em função dos altos teores de óleo e proteínas dos grãos produzidos aqui. "O problema de Mato Grosso é que somos muito competentes da porteira para dentro, mas da porteira para fora, não", disse o governador, sobre o sistema de transporte do estado. Lang também cobrou mais atenção para com os salários dos agrônomos que trabalham para o governo do Estado. Segundo ele, a categoria é vista como os "primos pobres" do funcionalismo público, com salários abaixo da média. Através de informações da AEA, o presidente do Confea verificou que o piso salarial dos profissionais da Agronomia tem sido desrespeitado. O governador prometeu verificar o tema. Outra preocupação do Confea é com o controle fito-sanitário dos produtos do estado. Para Lang, o assunto não tem recebido a devida atenção, ao contrário do controle sanitário animal. A audiência tratou ainda da questão do incentivo a pesquisas, principalmente relacionadas ao controle biológico de pragas e doenças, reduzindo o uso de agroquímicos. Dante garantiu que já autorizou a Secretaria de Estado de Agricultura a lançar um programa de Agricultura Orgânica no estado, para incentivar a prática de controle natural.