América Latina tem porcentagem ínfima na produção científica mundial

Mato Grosso, segunda-feira, 11 de novembro de 2002. A América Latina é responsável por somente 2,1% da produção científica mundial e seu pior desempenho é justamente no campo das Engenharias. De acordo com o relatório norte-americano The state of world science, divulgado no Brasil na semana passada pelo boletim QI da Construção - Qualidade e Inovação para o talendo empresarial, as Engenharias na América Latina representam tão somente 1,2% da pesquisa mundial em áreas afins.Embora as Engenharias apareçam pior na foto da pesquisa latina, os demais setores também não vão nada bem. A Medicina, por exemplo, responde por 1,4%. A Biologia, por 1,7%. Química: 1,8%. Matemática: 2,0%. O setor melhor colocado na América Latina em termos de presença no ranking mundial de pesquisa é a Física, com participação de 2,7%.O presidente do Crea-MT, Sátyro Pohl Moreira de Castilho, ressalta que tais dados são o reflexo da falta de incentivos para a pesquisa. "Os recursos destinados para pesquisa no Brasil são parcos, como migalhas, e muitas vezes mal direcionados. Quem faz pesquisa na América Latina, nas condições atuais, pode ser considerado um batalhador", enfatiza. Para Castilho, o impacto do baixo índice de pesquisa na América Latina não se dá apenas no presente, mas também em gerações futuras, contribuindo para a estagnação econômica e social dos países. Castilho também chama a atenção para a distribuição de bolsas do CNPq no país. Conforme dados de 2000, a região Sudeste recebeu 64% das bolsas. A região Sul abocanhou 20%. "Mas a região Centro-Oeste teve apenas 9%", destacou. Para a região Nordeste, foram destinadas somente 6%. E a região Norte contou com ZERO por cento. "Algo está errado nesta distribuição", complementa.Antônio Lemos - Crea/MT