Empresários realizam ato público em Cuiabá

Cuiabá (MT), quarta-feira, 20 de agosto de 2003. Uma manifestação contra a proposta do governo federal relacionada à política tributária deverá paralisar o centro de Cuiabá amanhã (20), à tarde. Empresários, liderados pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), irão se concentrar na avenida Mato Grosso a partir das 14h. Após, irão em passeata até a Praça da República. Uma corda com o nó da forca representa a mobilização, que conta com o apoio do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT).A participação no movimento é aberta a qualquer pessoa. Lideranças da Fiemt pedem que empresários paralisem suas atividades à tarde para participarem da passeata. Há o entendimento de que a PEC 41 não altera o peso da carga tributária, além de inviabilizar a possibilidade dos Estados concederem benefícios fiscais, o que favoreceria as regiões Sul e Sudeste do país.Em 1993, a carga tributária no Brasil era inferior a 26% do Produto Interno Bruto (PIB). Este ano, já está em mais de 36%. Além de pesada, a carga tributária é distribuída de maneira desigual entre União, Estados e municípios. A União abocanha o equivalente a 22% do PIB. Os Estados, entre 9 e 10%. Já os municípios representam menos de 2% do PIB em carga tributária.O presidente do Crea-MT, Sátyro Pohl Moreira de Castilho, ressalta que o peso da carga tributária está nas costas do trabalhador, que tem o seu imposto retido na fonte, e do setor produtivo, que arca com impostos inclusive em cascata e cumulativos. "O volume do Custo Brasil é muito elevado e está diretamente ligado ao elevado índice de desemprego existente", ressalta.Em reunião realizada hoje (19), na Fiemt, empresários ressaltaram que querem uma reforma tributária que reduza a carga para 25% do PIB, como ocorria até 1993. E que tal carga atinja setores hoje pouco onerados, ou seja, que se torne mais democrática. Estudos do Conselho Federal de Contabilidade mostram que a carga tributária brasileira é superior à do Japão e à dos Estados Unidos e similar à da Alemanha e do Canadá, embora o retorno dos tributos pagos em políticas sociais seja incomparável. Antônio Lemos - Crea/MT