Tecnologia da Informação vai revolucionar formação acadêmica e profissional

Brasília, quarta-feira, 3 de dezembro de 2003. O avanço de TI no Brasil cria nova demanda por cursos de ensino à distância, assunto será tratado durante a 60ª Semana Oficial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (SOEAA), que acontece de 10 a 12 de dezembro em Brasília.Os avanços na tecnologia da informação estão mudando a maneira como o homem se relaciona em sociedade. Um dos impactos mais profundos da evolução tecnológica acontecerá na educação e na formação profissional. O processo educacional que hoje é burocrático poderá cada vez mais se apropriar das ferramentas advindas da tecnologia da Informação para dinamizar e disseminar mais facilmente o conhecimento. Esse é apenas um dos temas que os engenheiros, arquitetos e agrônomos do País discutem durante a 60ª Semana Oficial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (SOEAA), que acontece de 10 a 12 de dezembro em Brasília.O objetivo do encontro, promovido pela maior entidade de classe das Américas, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) é traçar cenários de desenvolvimento para o mundo e o País. A formação profissional e acadêmica ganha destaque neste contexto, uma vez que o incremento tecnológico acaba favorecendo algumas profissões em detrimento de outras e criando novas dinâmicas de emprego, que afetam diretamente os mais de 900 mil profissionais ligados ao Confea.Para o diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica (CenDoTeC), Luc Quonian, a tecnologia da informação, junto com a biotecnologia, serão os principais vetores de mudanças no futuro. O ramo de TI já está afetando o processo educacional e tende a trazer impactos ainda maiores, levando os profissionais a novos desafios, segundo Quonian. "A tecnologia da informação vai favorecer cada vez mais o intercâmbio de idéias e vai mudar a maneira como as pessoas se comunicam, abrindo novas possibilidades de interface com aquilo que não conhecemos."Uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) apontou que no ano passado havia cerca de 85 mil alunos em 60 cursos superiores a distância, incluindo pós-graduação (lato sensu). Foram contabilizados 47 pedidos de autorização para cursos superiores a distância em 2002, ante oito em 1998 e 10 em 2001, segundo dados do Ministério da Educação. Mas esta não é a única possibilidade derivada da evolução do ensino a distância. Na avaliação de Quonian, um dos convidados a debater os cenários possíveis para o desenvolvimento mundial e brasileiro na 60ª SOEAA, não está longe o tempo em que um diploma universitário terá validade em dois ou mais países, resultado da tecnologia e da globalização. Hoje uma tese de doutorado já pode ser defendida via teleconferência para universidades do mundo todo, sem necessidade de gastos com viagens internacionais, lembra Quonian. Para o presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Wilson Lang, os profissionais ligados à entidade terão de estar preparados para as mudanças no mercado de trabalho. "Temos de acompanhar a evolução tecnológica e buscarmos nosso aprimoramento, nos tornando profissionais multiespecialistas."Além disso, ainda no campo das universidades, a área de pesquisa e extensão também pode ser beneficiada. Laboratórios e pesquisadores já podem avançar em suas hipóteses graças ao trabalho coordenado de equipes ao redor do mundo, que usam a tecnologia para trocar informações. O projeto Genoma é um dos exemplos mais conhecidos. Esse novo paradigma na formação universitária e profissional vai demandar, no entanto, que as pessoas estejam mais inseridas e sejam conhecedoras de outras culturas. Um debate que, com certeza, vai suscitar muitas polêmicas e os engenheiros, arquitetos e agrônomos não pretendem ficar de fora. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS