No semi-árido nordestino, exemplo de universidade com vocação social

Brasília (DF), 20.04.2005

No meio semi-árido nordestino existe, há 28 anos, um complexo de produção de conhecimento que poucos desconfiam: a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), localizada na cidade que lhe deu o nome. A instituição tem 29 cursos, dos quais dois são da área tecnológica: Engenharia de Alimentos e Engenharia  Cvil.

A UEFS tem em torno de mil alunos e uma prática de ações sociais que pode servir de exemplo para muitas grandes instituições de centros urbanos. Mais de 200 municípios da Bahia são atendidos com suas atividades de extensão. É a segunda universidade do Brasil com laboratórios creditados pelo IMETRO.

O presidente do Confea, eng. Wilson Lang visitou a instituição no dia 5 de abril, quando palestrou no auditório da Universidade sobre “Reforma Universitária e Exercício Profissional da Engenharia”, durante a IV Semana de Engenharia de Alimentos.

Antes de enfrentar o auditório lotado, Lang conheceu os laboratórios dos cursos da área tecnológica e foi recebido pelo Reitor da instituição, José Onofre Gurjão Boa Vista da Cunha, com quem conversou sobre a necessidade de despertar na classe estudantil a consciência do produto resultado dos serviços da área tecnológica. “É necessário que eles saiam de centros de excelência como esse com essa consciência a fim de estimulá-la na sociedade”, disse.

O presidente do Confea ressaltou ainda, que o Sistema profissional está à inteira disposição das escolas para ações voltadas para que cada vez a sociedade tenha profissionais comprometidos em prestar-lhe serviços de qualidade e com responsabilidade social.

“Essa visita é uma espécie de alimento para o nosso entusiasmo”, definiu o Reitor, comemorando a grande importância que os cursos de engenharia da UEFS têm hoje no cenário estadual.

Ele lembrou que como todas as universidades públicas brasileiras a UEFS tem problemas de recursos. “Porém para nós, antes de serem problemas, eles são desafios que nos estimulam”, disse. Lang elogiou: “sem dúvida, por tudo que vi aqui, este é um pedaço do Brasil que deu certo!”.

José Onofre salientou que a qualidade dos egressos da UEFS já é muito visível em todo o mercado estadual. “Estamos concluindo o laboratório de engenharia de alimentos. Ele será um divisor de águas no semi-árido nordestino. Pretendemos formar um profissional cidadão, mas que entenda toda a contemporaneidade”.

O Reitor informou ainda que está em fase de implantação o escritório de engenharia pública. Lang lembrou que desde 2001, quando foi aprovado no Congresso Nacional dos Profissionais (CNP), a implantação de ações de engenharia e arquitetura públicas por todos os Creas, o Confea não tem medido esforços e vem encaminhando várias ações para institucionalizar a assistência técnica no Brasil na área de engenharia.

A engenheira de alimentos Márcia Nori, representante da Associação Brasileira de Engenheiros de Alimentos (ABEA) no Colégio de Entidades Nacionais (CDEN), hoje professora da UEFS, fez questão de reforçar o que disse o Reitor sobre a integração da instituição com a sociedade local. “Entre outras ações, temos um trabalho intenso na área de alimentos, como por exemplo, a produção de leite, que muito contribui para pensar formas da redução da pobreza e desnutrição da população local”.

Reforma universitária – sobre o projeto de reforma universitária que tramita no Congresso Nacional, o reitor afirmou acreditar que depois de todos os debates necessários que estão ocorrendo, a reforma será positiva. “Ela é necessária”, ressaltou.

Bety Rita Ramos
Assessora de Comunicação