Engenheiro Civil pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em São Paulo, em 1980
Nascimento: Dourados (MS), 1º de março de 1955
Falecimento: São Paulo (SP), 14 de maio de 2018
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Acre (Crea-AC)
Natural de Dourados (MS), Mário Tadachi Yonekura muito cedo, por volta dos nove anos, vai com os irmãos para São Paulo estudar. Após concluir o curso de Engenharia Civil pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP), ele e os irmãos resolvem apostar no sonho do patriarca Shiroshi Yonejura, que se desfez do patrimônio no Mato Grosso do Sul para desbravar o Acre por meio da pecuária e da serraria.
São mais de 40 anos da família Yonekura acreditando no potencial acreano, seja como empreendedor, gerador de emprego e renda para a população, seja como madeireiro. No início da década de 80, os irmãos se enveredaram pelo ramo madeireiro e Mário apostou na Engenharia Civil. Foram várias obras públicas importantes conduzidas por Yonekura, como o Teatro Plácido de Castro (Teatrão), Penitenciária Dr. Francisco de Oliveira Conde, Parque da Maternidade, Organização em Centros de Atendimentos (OCA), Contenção do Rio Acre, Conjuntos Habitacionais.
O filho Thiago Yonekura não esconde o orgulho que sente pelo pai, que também foi a inspiração para que ele desse prosseguimento ao legado deixado por Mário ao resolver cursar Engenharia Civil. “Sou engenheiro desde pequeno, pois acompanhava meu pai nas obras e, assim como ele, não me imagino fazendo outra coisa que não seja Engenharia nesta vida”.
A esposa Neusa Yoshie Murata Yonekura relembra saudosa as paixões de Mário: viajar sem planejamento, dando oportunidade para o acaso e a contemplação; pescar com os amigos; e a marcenaria como hobby mais recente. Na expectativa de fazer o transplante, o casal teve a oportunidade de viver alguns meses no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte, e Neusa recorda com alegria o encantamento do marido por Minas Gerais. “Ele ficava maravilhado com as feiras, adorava frequentar o Mercado Central, com aquela variedade de produtos, frutas, verduras.” Sobre as outras paixões, ela entrega: “Em nossa casa temos um cômodo só com itens de pescaria, molinetes a perder de vista, parece uma loja de artigos de pescaria. E, recentemente, canalizou sua criatividade para a marcenaria onde construía peças, como a mesa de trabalho da empresa do nosso filho Thiago”, conta orgulhosa.
"Ele era assim, agia sempre discretamente em prol do outro. Nunca almejou, nem aceitou cargos porque gostava de trabalhar nos bastidores, sem holofotes”
No ano passado, Mário foi submetido a um transplante de fígado e, após 40 dias do procedimento, ele veio a falecer. No dia em que foi enterrado, o então governador Tião Viana foi uma das pessoas a carregar o caixão. Enquanto - o senador à época - Jorge Viana discursou emocionado ao relembrar as três décadas de amizade. “O Mário era assim, ele ficava amigo da pessoa, mas ficava amigo de verdade. Eu tenho o privilégio de ter convivido com ele mais de 30 anos e não tenho dúvida de que ele conquistou um bom lugar ao lado do Pai, porque fez por onde. Obrigado, Mário”, agradeceu o amigo de muitos anos de pescaria quase em tom de oração.
Neusa Yoshie, com quem Mario dividiu mais de quatro décadas de história, descreve o companheiro como alguém muito generoso e com o dom da conciliação. “No dia do velório foram tantas pessoas presentes relatando os feitos de Mário, que nem nós da família tínhamos conhecimento. Desde crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), passando pelos fiéis da igreja, a um senhor humilde agradecendo por uma passagem comprada por Mário. Ele era assim, agia sempre discretamente em prol do outro. Nunca almejou, nem aceitou cargos porque gostava de trabalhar nos bastidores, sem holofotes”, recorda a viúva. O filho Thiago complementa ao confessar que em vida, dificilmente, Yonekura aceitaria ser homenageado. O Sistema Confea/Crea, por meio das Honrarias do Mérito, retribui, em nome dos colegas de profissão e de tantas pessoas anônimas, o que o engenheiro civil, acreano de coração, Mário Tadachi Yonekura fez pelo estado e pelas pessoas sem nunca reivindicar autoria por suas boas ações, seja como profissional, seja como cidadão.
Trajetória profissional
Suplente da diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Acre – Sinduscon-AC (2000-2005); Participou da criação da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac (1988); Recebeu Homenagem da Fieac como “Industrial do ano” (1991); Grau de Cavaleiro da Estrela do Acre (2012).