Lixões ainda se destacam em MT

Cuiabá (MT), quarta-feira, 1 de outubro de 2003. O lixo em Mato Grosso está distante do método adequado de coleta e tratamento em praticamente todos os municípios. Apenas Cuiabá, possui usina de compostagem e de reciclagem, além do aterro sanitário. Ao todo, 44 municípios ainda usam o lixão, método antiquado que contribui para a poluição de solo e de recursos hídricos. Os dados são do Anuário Estatístico da Secretaria de Estado de Planejamento.Mas o número de lixões pode ser maior no Estado, já que a pesquisa não informa dados de 62 municípios. A conclusão é até óbvia: culturalmente, não se investem recursos públicos na coleta e tratamento dos dejetos. O aterro sanitário é utilizado por apenas 15 municípios, dos 77 abrangidos pela pesquisa do Anuário.A capital mato-grossense coleta 350 mil quilos de lixo por dia e recicla %. A prefeitura seleciona bairros com maior potencial aquisitivo, de onde sai o lixo usado na reciclagem. Ao contrário da maior parte das cidades do Estado, Cuiabá não utiliza o lixão. Porém, esta é uma realidade recente. Até meados dos anos 90, o lixão da capital funcionava justamente na saída da cidade para Chapada dos Guimarães. Já Várzea Grande, segunda maior coleta do Estado, ainda utiliza o lixão. Ao dia, são pegos 180 mil quilos de lixo na cidade. É uma contradição, já que Cuiabá e Várzea Grande formam uma só zona urbana e, mesmo assim, não possuem políticas comuns de tratamento do lixo. Através da pesquisa, é possível avaliar que o desenvolvimento econômico em Mato Grosso nem sempre produz resultados sócio-ambientais. Municípios que são elogiados pelos recordes de produção de soja e algodão ainda estão na era do lixão. Uma tendência que já está em discussão é o consórcio de tratamento do lixo, tema inclusive lembrado na Conferência Estadual das Cidades, que ocorreu nos dias 18 e 19 de setembro. Graciele Leite - Crea-MT