Lang defende mecanismo amplo de qualificação profissional

Brasília, terça-feira, 22 de novembro de 2005
 
“Não basta um exame de ordem, é preciso contemplar mecanismos capazes de mudar as práticas acadêmicas hoje desenvolvidas pelo sistema formador”, defendeu o presidente do Confea, eng. Wilson Lang, no primeiro seminário nacional de educação “Interfaces: Formação Acadêmica e Exercício Profissional”, realizado ontem, 21/11, pelo Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação em Brasília.
 
Participaram do evento cerca de 300 pessoas, entre representantes da educação superior e de órgãos de fiscalização profissional, com o objetivo de abordar as conexões entre a formação acadêmica e a prática das profissões.
 
O painel “A Visão Profissional”, coordenado pelo secretário de Ensino Superior do MEC, Nelson Maculan Filho, foi integrado por presidentes de diversos Conselhos Federais. Contrapondo-se à posição dos conselhos de Odontologia e de Administração, que defenderam a criação de um exame de ordem como o que é aplicado hoje pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wilson Lang defendeu um mecanismo amplo de qualificação profissional.
 
“É preciso um esforço legal para garantir aos órgãos de regulamentação profissional a capacidade de implantar sistemas seletivos de ingresso na profissão”, disse Lang, procurando mostrar a importância de atividades como o estágio supervisionado, trabalhos de conclusão de curso e monografias.
 
O presidente do Confea criou polêmica ao defender o registro profissional dos professores que ministram cadeiras de formação profissional, já que o MEC entende que há uma dissociação entre o ensino superior e o exercício profissional.
 
Ele abordou, ainda, as “assimetrias profissionais” de remuneração existentes hoje no Brasil. “Vivemos num país de fantasia, em que um engenheiro com pós-doutorado ganha menos do que um recém-formado em Direito que passe em concurso para juiz. Ao analisar situações como essa, sob o prisma de todas as profissões, corremos o risco de, em pouco tempo, estarmos na condição de um ‘apagão’ tecnológico”, analisou.
 
Mariana Zanatta
Da equipe da ACOM