Brasília, 7 de julho de 2016
Legislação, fluxo de processos e, claro, ética são temas de debate de lideranças do Sistema Confea/Crea durante dois dias – hoje e amanhã (6 e 7/7). Trata-se do Seminário Nacional de Ética Profissional - que, segundo o conselheiro federal coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep) do Confea, Paulo Viana, se debruçará sobre treinamentos regionais já realizados, discutindo seus pontos fortes e fracos para avaliar os avanços feitos e estabelecer metas para o ano que vem. “A ideia é tornar a ética tema de ‘conversa de boteco’. Temos de falar sobre ela rotineiramente, como falamos de outros assuntos”, brincou.
A importância de tratar o tema com atenção e minúcia foi unanimidade nos discursos da solenidade de abertura. Para o vice-presidente do Confea, por exemplo, a atual crise política do país compromete não só a imagem do profissional da Engenharia, mas também da profissão. “Temos que fazer todas as medidas necessárias para que a imagem das profissões seja preservada. Se as Comissões de Ética nos Regionais não funcionarem, talvez seja melhor que os Conselhos cerrem suas portas”, afirmou Antonio Carlos Alberio.
Já o superintendente de Integração do Sistema, José Gilberto Campos, além de ressaltar a crise política do país, defendeu que, quando se fala em ética, deve-se discutir também sustentabilidade. “Nós, engenheiros e agrônomos, somos os operadores do meio ambiente. Isso está previsto no Art. 9º do nosso Código de Ética Profissional. Temos que pensar, por exemplo, no desastre de Mariana, que foi o maior do mundo na área de mineração. Isso não é só erro de projeto, é também de manutenção. Nós temos os instrumentos para fiscalizar a sustentabilidade, então temos que nos aprofundar no tema”, defendeu.
Na tarde de hoje, os participantes dos treinamentos regionais de Comissão de Ética farão apresentação sobre os resultados dos trabalhos. “São colegas que se dedicaram, prepararam todos os treinamentos e transmitiram informação nas cinco regiões brasileiras. Esses dois dias são o momento que temos para aprofundar-nos nas questões que surgiram nos Regionais, para que, juntos, possamos dar a solução”, explicou o coordenador do evento, Paulo Viana. Também presente à mesa diretiva dos trabalhos, o coordenador-adjunto da Coordenadoria Nacional das Comissões de Ética (CNCE), Vinícius Seabra, manifestou que, assim como no ano passado, o presente seminário serve para somar conhecimentos.
Palestras
Primeiro palestrante da programação, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal, Adriano de Andrade Marrocos, apresentou como se dá o fluxo dos processos éticos no Sistema CFC/CRC. Adriano iniciou sua explanação também resgatando o contexto por que o país passa. “Não temos mais referenciais, ídolos, como os que tivemos no passado, a exemplo de Betinho. Portanto temos que ampliar a discussão sobre ética para a geração que está chegando”, afirmou Marrocos, que também é professor universitário e comemora a obrigatoriedade de haver a disciplina “Legislação e ética profissional” tanto nos cursos de Contabilidade como nos de Engenharia.
Na quinta-feira (7/7), foi apresentada a visão das entidades de classe sobre o Código de Ética Profissional da Engenharia e da Agronomia. A palestra foi ministrada pelo engenheiro agrícola Valmor Pietsch, coordenador do Comitê de Educação e Ética do Colégio de Entidades Nacionais (Cden) e presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Agrícolas (Abeag).
Palestras
- Processo Ético-Disciplinar do Conselho de Contabilidade
- Apresentação sobre o Grupo de Trabalho Ética
- Código de Ética Profissional - Visão das Entidades Profissionais
Beatriz Leal
Equipe de Comunicação do Confea
