Olavo Fontana Arantes

Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1956; Especialista em Administração em Construção Hospitalar, pela Hospitasa, na década de 1960.

Nascimento: 27 de abril de 1930
Falecimento: 27 de novembro de 2017
Naturalidade: Monte Azul Paulista (SP)
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC)

 

Perfil:

Olavo Fontana Arantes e a capital de Santa Catarina têm forte ligação. O nome do engenheiro civil de Monte Azul Paulista (SP) está marcado em mais de 2 milhões de m² em obras da paisagem urbana de Florianópolis, o que inclui obras públicas, residenciais, comerciais e hotéis. Fazem parte desse portfólio edificações notórias, como o Hospital Governador Celso Ramos, edifícios do Centro Integrado de Cultura, da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, além do primeiro prédio da Universidade Federal de Santa Catarina.

Paulista radicado em Florianópolis em 1958, Olavo Arantes acreditou na nova terra quando lá chegou, como revela o depoimento dado ao Jornal do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina (Senge-SC) em 2012, ao ser homenageado pelos 41 anos de filiado nº 1. “Um amigo me propôs que viéssemos para cá, logo que nos formamos. E, quando cheguei, tive certeza absoluta de que era esse o lugar onde queria construir minha família, minha vida.” E assim o recém-formado iniciava sua relação com Florianópolis, marcada especialmente pela contribuição que deu para a rápida expansão da construção civil, a partir da década de 1960.

Olavo é responsável por 2 milhões de m² em obras da paisagem urbana de Florianópolis.

Precursor do conceito de controle de qualidade, imprimia agilidade à execução de obras e atuava com rigor na fiscalização das construções. Foi assim que garantiu celeridade aos projetos da capital, enquanto atuou como engenheiro do Departamento de Obras Públicas do Estado. Conhecido pela Engenharia que praticava, pautada sempre em critérios precisos, recebeu a missão de assumir uma empreitada que desde o início se mostrava desafiadora. O projeto era entregar para a população um moderno centro de saúde, que mais tarde viria a ser o Hospital Celso Ramos. Inaugurado em 1966, o edifício é considerado parte da fase moderna, entre os prédios institucionais catarinenses. Para o especialista em Administração em Construção Hospitalar, essa foi a obra que mais o encheu de satisfação.

No setor privado, Olavo Arantes atuou como engenheiro e diretor de empresas do setor da construção, como a Ceisa e Planel. “Nessa época, ele começou a experimentar novas técnicas, como impermeabilização, injeção de isopor em estruturas de concreto e estruturas metálicas no lugar de escorras de madeira, por exemplo”, conta o filho Olavo Kucker Arantes que, a exemplo do progenitor, se formou em Engenharia, com habilitação em produção civil, e trabalhou com o pai e o irmão, também engenheiro civil, na empresa Bautec Construções. Isso já nos anos 1990, quando o negócio familiar despontou no ramo catarinense, implementando o conceito de sustentabilidade a partir da construção de prédios verdes.

No segmento classista, Olavo Fontana Arantes foi operante. Em 1968, foi conselheiro suplente no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC). Além de pioneiro no Senge-SC, contribuiu para a fundação do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) da Grande Florianópolis, na década de 1980.

Apesar de vivida durante o regime militar, essa fase foi para ele um momento de arrojo e entrega ao novo, como relembrou na entrevista ao Senge. “Fui impulsionado pelo presidente da Associação Catarinense de Engenheiros, o Hamilton Schaefer (homenageado pelo Sistema Confea/Crea em 2017), para fundarmos o sindicato. Eu não entendia patavina de sindicato e estávamos sob a ditadura militar. Levei um ano até conseguir lidar com a burocracia. (...) Depois de tudo pronto, não quis continuar na presidência. Considerava que meu trabalho estava feito e que agora a responsabilidade era da classe, como um todo. Quatro anos depois, fui ‘empurrado’ também para estruturar o Sinduscon”.

“Construiu tanto no mundo, que agora vai ser engenheiro no céu”.

Por sua paixão dedicada à Engenharia e materializada no legado expressivo de obras que conferiu desenvolvimento a Florianópolis, Olavo recebeu reconhecimento ainda em vida. Em 2001 foi o vencedor do Grand Prix da Construção Civil por ter sido o engenheiro que mais edificou em Santa Catarina. Pela mesma razão, foi premiado pelo Crea-SC e Senge. Homenagem também grandiosa foi externada pela esposa, pelos três filhos e três netos na mensagem de despedida que eterniza a trajetória de Olavo Fontana Arantes: “Construiu tanto no mundo, que agora vai ser engenheiro no céu”.

Trajetória profissional
Engenheiro civil do Departamento de Obras Públicas de Santa Catarina (1957-1971); Diretor de Obras da empresa Ceisa (1967-1984); Conselheiro suplente no Crea-SC (1968); Membro fundador do Senge-SC (1971); Membro da Diretoria do Senge-SC (1971-1975); Membro fundador do Sinduscon de Florianópolis (1979); Presidente do Sinduscon de Florianópolis (1979-1981); Membro fundador e diretor de Obras da Planel Engenharia (1984-1995); Membro fundador e presidente da Bautec Construções (1995-2010); Vice-presidente do Sinduscon de Florianópolis (1996-1998); Diretor de Economia e Estatística do Sinduscon de Florianópolis (1999-2002).