Alfredo Nimer

Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em 1978.

Nascimento: 8 de janeiro de 1948
Falecimento:  7 de setembro de 2014
Naturalidade: Campo Grande (MS)
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul (Crea-MS)


Perfil

A superação marcou a trajetória do engenheiro civil Alfredo Nimer. Ao longo da sua vida, ele conquistou o carinho e o respeito dos colegas de profissão, tanto pela sua capacidade de lidar com os desafios da sua área, estradas e rodagens, como também pela postura com que enfrentou suas adversidades de saúde.

Nascido na cidade que seria a futura capital do Mato Grosso do Sul, ali desenvolveu suas atividades, ao longo de quase 40 anos. Boa parte delas, em meio a sérios problemas de saúde, que tornaram sua rotina um exemplo de obstinação e de dedicação ao trabalho.
A jornalista Gabriela Nimer, sua filha, o descreve como um “otimista nato, que sempre enfrentou muitos problemas de saúde. Mas foi presente, muito paizão. Sempre nos deu muita atenção. Com a Isabela, sua neta, então, só faltava virar o tapete mágico”.

"Ele tinha uma vontade de viver exemplar. Sempre estava bem, mesmo nos piores momentos. Isso marcou a nossa vida".

O ânimo típico da colônia árabe do estado pode ter marcado sua vida, sobretudo em dois aspectos: a convivência com o pequeno comércio dos pais e avós, na Rua 14 de julho, onde a família viveu junta, à sua exceção, e o gosto pela conversa fácil, que ele fazia questão de manter sempre.

Aos 39 anos, Alfredo se tornou o primeiro transplantado duplo do país, fígado e rim. “Apesar disso, ele tinha uma vontade de viver exemplar. Sempre estava bem, mesmo nos piores momentos. Isso marcou a nossa vida”, diz, referindo-se à mãe, a contadora Orsilia Freire Nimer, e ao irmão, o empresário Luiz Felippe Freire Nimer.

Com essa disposição, ouvir um samba do Paulinho ou alguma MPB era um hábito que acabou influenciando a formação da filha, tal como as coleções de canetas e papéis. “Mas devia ter seguido o conselho dele e dado vazão a meus desenhos, e me tornado arquiteta”, diz.

Já Alfredo sempre teve certeza de sua escolha profissional, a julgar pelo depoimento do advogado Luiz Cândido Escobar, seu amigo por décadas, com quem tocou diversas licitações, desde o Departamento de Estradas de Rodagem do Mato Grosso do Sul - Dersul, por volta de 1982, até a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos - Agesul, órgãos voltados para as obras públicas do estado.

“Você precisa ver os profissionais com quem vai lidar. Ele vinha, ouvia, mas não falava. Mesmo assim, sabia que podia contar com ele na operacionalização. A gente se conhecia pelo olhar. Ele acompanhava o projeto, conhecia tudo. Então, ficava fácil de você entender, quando havia uma exigência qualquer. O próprio Crea acionava muito ele aqui. Um profissional difícil de achar”.

“Conheci Alfredo Nimer muito antes de ele entrar na escola, onde se tornou um excelente engenheiro, extremamente técnico e absolutamente rígido em termos de qualidade”, confirma o amigo Carlos Liberato Portugal, também homenageado nesta edição da Láurea do Mérito. “Ele chegou a quase brigar com o governador na execução do Parque dos Poderes”, recorda.

“A paixão da vida dele era a profissão, estradas e rodagens".

Desde os 50 anos, nem o grave Parkinson o desestimulava. “Ele se afastou um período, mas voltou a trabalhar em campo. Eu coordenava as licitações, e ele respondia pela parte técnica das comissões, fazendo cálculos de cabeça. Acho que ele me considerava mais amigo do que chefe”, comenta Escobar. Precisou deixar de dirigir, e Luiz Cândido Escobar o levava diariamente ao trabalho. Mas, diante de mais uma guinada, um câncer de próstata, Alfredo Nimer não encontrou tempo de reação.

Amizade que fica. “É difícil, estou muito emocionado. Onde ele está, será bem recebido”, considera o amigo sobre a homenagem do Sistema Confea/Crea. 

“A paixão da vida dele era a profissão, estradas e rodagens. O que ele mais gostava era ir a campo. Não conseguiu exercer mais por conta da saúde frágil que ele tinha”, descreve a filha.


Trajetória Profissional

No Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Mato Grosso – Dermat, em Cuiabá/MT: estagiário (1975-1976), auxiliar técnico (1976-1977),  auxiliar técnico da Diretoria de Obras (1977-1978), assessor do diretor-geral (1978); No Departamento de Estradas de Rodagem do Mato Grosso do Sul – Dersul: Engenheiro fiscal da BR 060, em Campo Grande e Sidrolândia-MS (1979); Engenheiro residente na implementação da 13ª residência rodoviária em Maracaju (1980); Engenheiro projetista e fiscal do sistema viário do Parque dos Poderes 2ª Etapa e outras obras de Campo Grande (1982-1983); Engenheiro fiscal da Obra do Complexo Lagoa Maior, em Três Lagoas-MS (1983); Drenagem e canalização em Três Lagoas-MS (1984); Engenheiro fiscal da obra de pavimentação asfáltica na BR-262 (Campo Grande/Ribas do Rio Pardo) e construção da ponte sobre o Rio Pardo (1984-1985); Engenheiro fiscal da obra de construção da Secretaria de Obras e DOP-MS (1988-1989); Engenheiro fiscal da obra do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (1989-1990); Conselheiro do Crea-MS, como representante do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Mato Grosso do Sul – Senge-MS, exercendo a titularidade nos períodos de 1997-1999, 2000-2002 e 2012 a 2013; Assistente técnico da Coordenação de Licitação de Obras da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos - Agesul e membro da comissão permanente de licitação (1999-2014).