Homenagem a Lang e visita de novo diretor do Dnit movimentam plenária 1331

Brasília, 08 de dezembro de 2005

Ao entrar no plenário, na manhã de hoje, para presidir a última sessão plenária de 2005 e também a última de sua gestão, o presidente do Confea, Wilson Lang, foi surpreendido por uma homenagem preparada pelos funcionários da casa, conselheiros e colaboradores que registraram os agradecimentos por uma gestão que projetou o Conselho e permitiu o crescimento dos profissionais de todos os departamentos.

Ao agradecer, emocionado, as manifestações de reconhecimento por sua atuação, Lang - ao lado da esposa e de dois dos filhos -, afirmou que "estará sempre à disposição da Casa para colaborar no que for preciso".

Antes do início dos trabalhos da sessão plenária 1331, os conselheiros receberam a visita do futuro diretor geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), eng. Mauro Barbosa que, indicado pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e sabatinado esta semana pelo Congresso Nacional, deverá assumir o órgão na próxima semana.

Acompanhado do eng. civil Afonso Lins, presidente do Crea-AM e falando de maneira simples e direta, Mauro Barbosa que além de engenheiro é auditor do Tesouro Nacional, assumirá um departamento "com muitos problemas e que precisa da inteligência dos senhores para enfrentar os desafios que o nosso sistema de transportes apresenta atualmente", disse ele logo no início de sua explanação.

Barbosa concorda com o "estado ruim" da  matriz de transportes brasileira como um todo, mas acredita que "com o programa de investimentos do Governo Federal em curso, essa matriz deverá crescer na próxima década e ser mais eficiente, inclusive para ajudar a economia nacional já que grande parte de nossa produção passa principalmente por estradas".

Para Barbosa, investir em rodovias, aquavias, hidrovias e ferrovias, significa gerar emprego e renda na área que precisa restabelecer seu equilíbrio. "Nada que com prudência e sabedoria não possamos melhorar, principalmente a capacidade técnico-operacional do Dnit, que necessita de tecnologia de informação e métodos modernos de administração".

O futuro diretor geral afirma que "é preciso ter uma carteira de projetos nesses setores, diagnosticar  a realidade do país no setor e uma engenharia nacional que elabore projetos, calcule a viabilidade de cada um e faça uma projeção de custos e para isso, preciso da colaboração dos senhores", pediu.

O Dnit possui hoje quase 2.500 funcionários e deverá ter seu quadro aumentado com a realização de concursos, anunciou Barbosa que informou que na proposta orçamentária de 2006, o Dnit deverá receber cerca de R$ 7 bilhões.

Futuro - "Temos que encontrar soluções para nossas estradas e portos".", insistiu Barbosa para um plenário bastante atento às suas colocações.

Os conselheiros federais, por sua vez, além de festejar que um engenheiro esteja à frente do departamento, questionaram o futuro diretor geral quanto a providências na recuperação da malha viária "deteriorada em sua grande parte".

Barbosa informou que mensalmente R$ 700 milhões entram para o Dnit "mas a ineficiência e a burocracia impedem uma dinâmica de trabalho que corresponda às necessidades".

O  técnico em Edificações Lino Gilberto da Silva (SC) questionou sobre a condição das quatro rodovias federais, entre elas a BR-101, que atravessam Santa Catarina e pediu mais espaço para os técnicos, dentro do departamento.

Ao responder, Barbosa informou que o Dnit possui 400 engenheiros e apenas dois técnicos "grupo que precisa ser reconhecido". Ele adiantou que a rubrica que financiaria a sinalização nas estradas, fundamental para a preservação de vidas, foi extinta no orçamento de 2006.

A eng mecânica Maria José Balbaki Fetti (TO), por sua vez, perguntou a opinião de Barbosa sobre a recuperação e utilização das ferrovias brasileiras no transporte de passageiros e da produção agrícola.

Agradecendo a questão colocada pela conselheira, Barbosa esclareceu que o transporte é feito basicamente por rodovias (65%), ferrovias (20%), hidrovias (15%) e dutovias (4%), e ponderou que "enquanto as rodovias contam com o setor privado para sua construção e manutenção, o mesmo não acontece com as ferrovias que são construídas pelo governo". No entanto, destacou a construção da Norte-Sul e da Trans-Nordestina "que deverão alterar para melhor a das populações dessas regiões brasileiras".

Falando sobre o futuro, Barbosa lembrou do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, obra orçada em US$ 9 bilhões e cujo projeto está sendo estudado em parceria com o governo italiano, assim como o trem-bala ligando Brasília a Goiânia, cuja viabilização é compromisso assumido pelo governador do DF, Joaquim Roriz". Ele não esqueceu o grande anel viário projetado para São Paulo "mas para o qual não há recursos disponíveis".

O eng civil Anjelo Costa (Crea-RN), destacou o "sucateamento dos Departamentos Estaduais de Estradas". Para ele, "é louvável que o TCU intensifique a fiscalização para que tenhamos corrupção zero, mas é imprescindível que os profissionais que neles atuam tenham condições para trabalhar.”

"Atuarei com transparência, prometeu Barbosa, que ressaltou a importância da existência de projetos, que sejam viáveis e tenham licenciamento ambiental para  serem levados adiante.”
Ao agradecer a presença de Barbosa, o presidente do Confea lembrou que o Conselho "tem se pronunciado de forma contundente" sobre temas de importância para o país, entre elas, o sistema de transporte. Finalizando, Lang afirmou que "a inteligência e o aspecto político de cada questão devem caminhar juntas. Sem isso não há futuro nem um Brasil desenvolvido. Somos e seremos parceiros", garantiu ele a Barbosa.
                                              
Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da Acom