FMOI: processo de eleição impede diluição de responsabilidades

Brasília (DF), sexta-feira, 30 de abril de 2004. A FMOI (Federação Mundial de Organizações de Engenheiros),
representa cerca de 10 milhões de engenheiros e atualmente é presidida pelo malasiano Dato Lee Yee Cheong. Sustentada pelos países-membros, a entidade tem um orçamento anual de US$ 240 mil.Organização internacional não governamental, foi criada em Paris em 1968 sob os auspícios da Unesco e dela fazem parte 90 países, cada um representado por uma entidade de caráter nacional com direito a um voto. É governada por uma assembléia geral que se reúne de dois em dois anos e cada presidente eleito acompanha o em exercício, a fim de que se familiarize com os trâmites da entidade e dê continuidade aos projetos de seu antecessor.A maioria das atividades da FMOI se desenvolve por meio de comitês permanentes e grupos de trabalho, destacando-se o da Engenharia e Meio Ambiente, o da Educação e Formação e o de Energia e Alimentação.Desde sua criação até a eleição de seu presidente, a FMOI tem características peculiares. O ex- presidente da FMOI, José Medem, 71 anos, por exemplo, chegou à presidência da entidade por aclamação, depois de presidir a Federação Européia de Associações Nacionais de Engenheiros. Acompanhe a entrevista que ele concedeu à Assessoria de Comunicação do Confea.Confea- O que define ser um membro nacional ou internacional da FMOI?Medem- Para ser um membro nacional, a entidade tem que representar a engenharia em seu país, como é o Confea que representa o Brasil. Os membros internacionais são os que servem de guarda-chuva e abrigam várias organizações profissionais, como a UPADI (União Pan-americana de Associações de Engenheiros Cada país, membro nacional ou internacional tem direito a apenas um voto, não há diferença de peso entre um e outro.Confea- Quem pode participar da FMOI?Medem- Entidades que estejam em dia com suas obrigações junto a entidade que considero pobre, com um orçamento anual de US$ 240 mil.Confea - Por que o presidente eleito acompanha o que está em exercício, até tomar posse?Medem - Antes, o presidente tinha um mandato de quatro anos. Durante os dois primeiros acompanhava o que estava em exercício e nos dois anos seguintes passava o comando aos poucos a seu sucessor. Agora, o mandato é de dois anos mas o restante da regra é o mesmo. A nossa filosofia é que o ex, com sua experiência, pode ajudar o eleito de maneira a não se diluírem as responsabilidades. Confea - Quantos participantes estão previstos para a terceira edição do Congresso que acontece no Brasil em 2008?Medem - Na Alemanha, em 2000, tivemos 3.500, para Xangai estão previstos 4 mil e como sou otimista, acredito que no Brasil compareçam cerca de 4.500 engenheiros.Confea - Como a FMOI estimula a participação de estudantes de engenharia no Congresso, fato ao qual o senhor dá importância especial?Medem - Facilitamos para que os estudantes compareçam. Na Alemanha não se cobrou nada deles. Na China, as inscrições continuam gratuitas e os que quiserem participar pagam US$ 250 com direito a transporte local, hospedagem e alimentação. Já os profissionais pagam inscrições de US$ 500, até o mês de agosto, depois esse valor passa para US$ 600, sendo que as demais despesas correm por conta de cada um.Confea - Como o senhor vê a realização do congresso no Brasil?Medem - Sediar o evento representa uma ótima oportunidade para o Brasil e para o Confea e deve ser aproveitada porque vai beneficiar a engenharia, estimular o turismo e a economia da cidade-sede. Será um investimento que trará resultados positivos.Confea - Por que o senhor defende a realização do congresso em Brasília?Medem - A sede do evento tem que reunir elementos fundamentais como Comunicação, uma infra-estrutura hoteleira e de restaurantes bem montada, um centro de convenções que abrigue com conforto participantes e estantes de empresas ou entidades e, principalmente, segurança. Creio que o Confea vá contar com o apoio do governo federal e da cidade que sediará o evento e me inclino que Brasília seja a cidade escolhida.Maria Helena de Carvalho - Da Equipe da ACOM