Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal do Ceará, em 1974; Mestre em Fitossanidade pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, em 1980; Doutora em Produção Vegetal (Área de concentração: entomologia) pela Universidade Federal de Goiás, em 1997
Nascimento: Morada Nova (CE), 27 de agosto de 1951
Indicação: Associação dos Engenheiros Agrônomos de Goiás (Aeago) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO)
Em toda a sua carreira, Flávia Rabelo Barbosa Moreira trabalhou pela redução do uso de veneno nas produções. É assim que sintetiza sua atuação como produtora e pesquisadora na área de Manejo Integrado de Pragas, no cerrado e no semiárido brasileiros. Natural da cidade cearense de Morada Nova, logo após se formar engenheira agrônoma, em 1974, Flávia se mudou para a casa dos tios em Goiás, em busca de melhores oportunidades de emprego. “Era difícil mulher conseguir emprego no Ceará, na área de pesquisa, naquela época”, compartilhou.
Iniciou a carreira na antiga Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária (Emgopa), quando as plantações de soja começavam a ganhar corpo no cerrado. Na Emgopa, Flávia conheceu o marido – mineiro e fitopatologista – Wellington Antonio Moreira. Casaram-se em 1980 e, dezenove anos depois, ambos passaram no concurso da Embrapa Semiárido e, junto com seus dois filhos – Ciro e Vinícius –, mudaram-se para Petrolina (PE), onde, além de pesquisas, produziram frutas e exportaram acerola e uva, como pequenos produtores.
Wellington se aposentou mais cedo para poder cuidar da produção enquanto, na Embrapa, Flávia liderava o projeto “Manejo Integrado de Pragas da Mangueira em Condições Irrigadas no Nordeste Brasileiro”, que possibilitou o reconhecimento das pragas-chave e seus níveis de controle. Dados de 2019 davam conta de que 90% das exportações de manga do país advinham da região de Petrolina e geravam 200 mil empregos diretos. A capacidade de produção de frutas no Vale do São Francisco e a geração de emprego e renda na região se devem à dedicação e ao conhecimento de profissionais como Flávia.
Em 2009, o casal retornou a Goiás e, na Embrapa Arroz e Feijão, Flávia assumiu a coordenação nacional da Produção Integrada do Feijão, além de liderar o Projeto de Manejo Integrado de Pragas nas principais culturas do cerrado. Flávia conta que sua paixão pela natureza surgiu na infância, quando acompanhava o pai nas idas à propriedade da família. As irmãs Rosângela (administradora) e Emília (engenheira química) não compartilhavam do mesmo gosto e coube à primogênita Flávia cultivar a ligação da família à terra.
Nos últimos anos antes de se aposentar, entre 2016 e 2020, Flávia coordenou cursos e treinamentos em parceria com o Crea-GO, que capacitaram profissionais do Sistema Confea/Crea na adequada tomada de decisões no manejo dos cultivos. A intensa atuação de pesquisa rendeu frutos à profissional: Flávia recebeu duas vezes a Premiação por Excelência da Embrapa (em 2001, na categoria Pesquisa e Desenvolvimento, e em 2010, na categoria Qualidade Técnica). Também recebeu os prêmios NEAG 2000 e SEAG 2002, concedidos, respectivamente, no XXI International Congress of Entomology e XIX Congresso Brasileiro de Entomologia, pelo desenvolvimento de pesquisas para o controle da mosca-branca em feijão; e manejo integrado do psilídeo da goiabeira. Em 2017, Flávia foi homenageada na Assembleia Legislativa de Goiás, em reconhecimento à contribuição para o estado como engenheira agrônoma.
Trajetória profissional
Pesquisadora da Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária – Emgopa (1975-1994); Pesquisadora da Embrapa Semiárido (1994-2009); Pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão (2009-2020); Membro da diretoria da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de Goiás – Aeago (2014-2019); Conselheira Regional de Engenharia e Agronomia no Crea-GO (2015); Membro da diretoria da Sociedade Entomológica do Brasil – SEB (2016-até o momento); Membro do Fórum Goiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (2015-2020); Presidente do Congresso Brasileiro de Entomologia (a ser realizado em 2022).