Falta de planejamento agride o meio ambiente em MT

Cuiabá (MT), quarta-feira, 10 de setembro de 2003. A extração consciente de madeira tem muito que evoluir para compensar a área desmatada do Estado. Enquanto o total desmatado em Mato Grosso, entre 2000 e 2001, é de 27,02 milhões de hectares, o total utilizado em extração planejada é de 203,4 mil hectares. Pode-se dizer que menos de 1% das áreas exploradas tiveram planejamento florestal para reduzir os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade da região e do próprio setor madeireiro. Os dados são do Anuário Estatístico do Estado de Mato Grosso, elaborado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, referentes ao ano de 2002. O local com maior área reservada para projetos de manejo florestal é Nova Maringá. Mesmo não sendo um dos principais produtores de madeira, o município destina 51,3 mil hectares a projetos. A extração de madeira cai gradativamente em Mato Grosso desde 1996. No período, a retirada chegou a alcançar cerca de 4,1 milhões de metros cúbicos de toras de madeira. Segundo os dados da Empresa Mato-grossense de Agricultura e Extensão Rural (Empaer), em 2000, a produção foi de 2,6 milhões de metros cúbicos. Significa que, em quatro anos, a exploração reduziu cerca de 62%. A queda fez com que se evidenciasse a importância de um programa de manejo florestal. O município de Aripuanã, que produz cerca de 30% de toda a madeira extraída do Estado, é o segundo na relação de projetos protocolados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). São aproximadamente 26,13 mil hectares que, em 2000, eram ocupados por projetos de manejo florestal. A Associação Mato-grossense de Engenheiros Florestais (Amef) luta há três anos para viabilizar o Prodeflora, justamente um programa de manejo florestal. A diretoria da Amef alerta que, sem programas de investimento em manejo florestal, Mato Grosso corre o risco de ver a madeira se exaurir e passar, em curto espaço de tempo, de exportador a importador do produto. Caroline Rodrigues - Crea-MT