Brasília, 23 de julho de 2020.

Terá início em agosto a Expedição Logística 2020/21, que tem como objetivo analisar os portos do Brasil e sua relação direta e indireta com o desenvolvimento econômico e social do país, na geração de emprego, renda e divisas comerciais. A participação do Sistema Confea/Crea foi aprovada pelo Conselho de Comunicação e Marketing (CCM). O projeto é uma versão temática da Expedição Safra, que vai analisar como a logística impacta o agronegócio. Segundo o coordenador da Expedição, Giovani Ferreira, o projeto será dividido em fases. Na primeira etapa, de agosto a outubro, será feito um diagnóstico da última década com análise de infraestrutura, tecnologia, economia, produção, exportação e privatização. “A infraestrutura logística ainda é muito deficiente, mas ainda assim os números do agronegócio e das exportações brasileiras surpreendem positivamente”. 

Na segunda fase serão feitas análises e projeções para a próxima década. Na etapa seguinte, em que se espera que o isolamento social permita as viagens técnicas, no mês de novembro, a Expedição parte para pesquisa de campo, visitando os portos, hidrovias, ferrovias e rodovias. “A partir dessa verificação in loco queremos fazer diagnóstico, apontar tendências e criar uma agenda positiva que possa contribuir e pautar políticas públicas na área de infraestrutura e mercado internacional”, explicou o coordenador da Expedição. Importante destacar, continua o coordenador do projeto, a abordagem multimodal das discussões, em especial a partir do agronegócio, o setor da economia com capilaridade única no Brasil e que garante o superávit da balança comercial do país.
 

Ferreira informou ainda que em todas as fases do projeto, que contempla 13 portos em 14 estados, a base da Expedição Logística será no respectivo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). Para o representante das Coordenadorias de Câmaras Especializadas dos Creas no CCM, eng. agr. Thiago Castro de Oliveira, que também está à frente da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO), a versão mais abrangente desta edição tende a ser promissora. “Ao abordar logística a Expedição contempla, além da Agronomia, outras profissões do Sistema que têm relação com toda essa cadeia produtiva. Vamos apresentar essas informações aos coordenadores regionais para que possam contribuir com o levantamento e mobilização de especialistas para engrandecer esse projeto tão importante para o país”, comentou Thiago.
 

O presidente do Confea em exercício, eng. civ. Osmar Barros Júnior, defende a participação do Sistema Confea/Crea neste programa. “É uma maneira de contribuirmos com a retomada pós-pandemia, que precisa ser planejada a partir de agora para a recuperação da economia e dos postos de trabalho”, anunciou o presidente. A iniciativa também foi elogiada pela representante do Colégio de Presidentes (CP), eng. agr. Carminda Pinheiro, e presidente do Crea-AC. 
 

Para o representante do Colégio de Entidades Nacionais (Cden) no CCM e presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeb), eng. agr. Kleber Souza dos Santos, a expectativa é de que seja mais um projeto de grande sucesso, que demonstre a participação dos profissionais, agora na logística do país. “A atuação do Engenheiro Agrônomo é essencial por conta da gestão e planejamento do agronegócio. A excelência na produção agropecuária precisa também de infraestrutura para escoamento da safra. De fato, além da capacidade de gerar alta produtividade agropecuária com qualidade, o Engenheiro Agrônomo está atento à comercialização e ao abastecimento. De forma que as rotas, tanto no mercado interno quanto para exportação, são traçadas e demandam logística e infraestrutura. O projeto Expedição Logística tem este cabedal de mostrar e refletir a crescente demanda do Agronegócio.”, defendeu Kleber.

Números atrelados aos portos
De acordo com a pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgada em novembro de 2019, o Brasil perde no transporte de grãos das rodovias até os portos 0,13% do arroz, 0,17% do trigo e 0,10% do milho que exporta. Empresários defendem que a integração entre modais logísticos além de uma necessidade tornou-se oportunidade para a retomada da economia. 

Segundo dados do Estatístico Aquaviário, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), nos primeiros quatro meses de 2020, o setor portuário nacional (portos públicos + terminais privados) movimentou 340.588.296 toneladas. O montante corresponde a um crescimento de 3,71% em comparação com o mesmo período de 2019.  Segundo o estudo, a expectativa para este ano é de um aumento na movimentação portuária total. “Apesar de um resultado negativo na cabotagem no curto prazo, tanto exportações quanto importações devem apresentar crescimento, principalmente puxadas pelo granel agrícola, com safra forte e aumento de demanda da China e pelo granel líquido, petróleo e derivados, que já apresentou aumento de 20% até abril e deve permanecer significativo ao longo do ano”, detalhou a Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho da Antaq.

Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea com informações da Assessoria de Imprensa da Conab e Antaq