Engenheira fala das preocupações do setor energético e defende uso da energia nuclear

Brasília, terça-feira, 21 de maio de 2002. O consumo de energia crescerá significativamente nos próximos anos; os combustíveis fósseis dominam atualmente o fornecimento de energia no mundo e causam problemas por razões ambientais; as fontes renováveis tais como solar , eólica e outras fornecerão uma contribuição valiosa, porém não expressiva; a fusão nuclear não é bem vista, o que impede o crescimento desse tipo de geração de energia. Estas são as grandes preocupações do planejamento estratégico energético hoje, segundo a engª civil Maysa Joppert Coelho do Instituto Militar de Engenharia e uma das palestrantes do Fórum Temático "A Importância da Energia Nuclear e seu futuro no Brasil", realizado no dia 16 de maio no Rio de Janeiro, organizado pelo Confea (CAN), Crea-RJ e a Eletronuclear.De acordo com Maysa Joppert, as pessoas não são favoráveis a produção de energia nuclear porque têm medo dos dejetos, de vazamento nuclear e do uso de armas químicas. "Em face das premissas contraditórias será um grande desafio sensibilizar a todos para a utilização da energia nuclear", deduz a engenheira, ressaltando alguns aspectos positivos da energia nuclear: não emite nenhum gás causador do efeito estufa, nenhum precursor da chuva ácida e nem metais que afetam a camada de ozônio, é responsável por 17% do total da energia elétrica produzida no mundo e evita a emissão de cerca de 2,2 bilhões de toneladas de CO2 por ano. O eng. civil Lukio Ogawa, gerente de meio ambiente da Eletronuclear, informou que a operação das usinas Angra 1 e Angra 2 evitaram que 7 milhões de toneladas de CO2 fosse emitidas. Segundo ele a Eletronuclear tem fortes motivos para ser rigorosa com a questão ambiental: senso de responsabilidade ecológica, exigências legais, proteção dos interesses da empresa, imagem, proteção dos empregados, pressão do mercado, qualidade de vida e lucro.Para conseguir ser aceita pela comunidade de Angra dos Reis a empresa teve que se esforçar muito e nesse processo desenvolveu ações como: praticar responsabilidade social corporativa, reconhecer e respeitar as diferenças locais e culturais mantendo as políticas globais, engajamento em um diálogo aberto de parceria e o desenvolvimento de vários projetos ambientais.Ogawa garante que os risco de desastre nuclear calculado em termos estatísticos é o menor numa comparação com outras formas de geração de energia elétrica. "60% do empreendimento da Eletronuclear é em segurança", ressalta. A Eletrobrás Termonuclear S.A - Eletronuclear é uma subsidiária da Eletrobrás e foi criada pela fusão da área nuclear de Furnas Centrais Elétricas S.A com a Nuclen engenharia e Serviços S.A . Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS