Perfil
O parintinense Elcio Judá de Oliveira Assayag estreou na Engenharia Química no início dos anos 1970, na Petrobras. Atuou na Refinaria de Manaus até 1974, quando foi convidado para chefiar, no Polo Industrial, a fabricante de gás para bebidas Quimazon. Também integrou a equipe de criação do Baré Cola, o mais famoso refrigerante de guaraná do Amazonas.
Com veia para empreendedorismo, fundou em parceria com dois irmãos engenheiros civis a Habitat Engenharia, em 1977. Dois anos depois, foi a vez da Esquadrus Fábrica de Esquadrias e Beneficiamento de Madeira, onde concretizava paixão por objetos funcionais. “Papai sempre gostou de inventar modelos: cadeira que virava escada, mesa de dominó que desmontava e tinha fácil deslocamento. Seu talento reconhecido fez com que a empresa fosse escolhida para fabricar o trono papal na visita de João Paulo II a Manaus, na década de 1980”, recorda a filha Daniela Assayag. Essa habilidade para o ramo empresarial o levou à vice-presidência da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), nos anos 80.
Já no Sistema Confea/Crea e Mútua, foi conselheiro e vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-AM) em 1978, ano em que foi inaugurada a sede própria do Crea. Foi também coordenador regional da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea-AM entre 2004 e 2005. Ainda no segmento classista, participou da fundação do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), entidade que presidiu por três anos. Foi um dos criadores do Sindicato dos Engenheiros do Amazonas (Senge-AM) e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Amazonas (AEAA).
De uma família de engenheiros civis, além de dois irmãos, há ainda dois sobrinhos e o filho Rafael Assayag, para quem o exercício da profissão é uma forma de reverenciar a biografia do pai. “Herdei dele a paixão pela engenharia, (...) e todos os dias eu saio com a meta de honrar o meu pai”, comentou Rafael durante homenagem póstuma prestada pelo Crea-AM em novembro de 2013.
A imagem de Elcio também ficou registrada na história de sua terra natal. Ele levou para Manaus o folclore do boi-bumbá Caprichoso de Parintins, agremiação da qual foi dirigente no início dos anos 1990. “Meu pai sempre foi muito apaixonado pela cultura da Amazônia. Ajudou a promover encontros de conterrâneos e levava amigos para conhecer o festival. Com ajuda dele e de outras pessoas, a festa ficou famosa primeiro na capital e depois no Brasil”, relembra a filha.
Na memória de familiares e colegas de profissão e da agremiação, Elcio deixou a lembrança de homem e engenheiro que construiu um legado de significativas experiências no Amazonas.
Trajetória profissional
Engenheiro químico da Petrobras, na Refinaria de Manaus (1970-1974); Chefe da Quimazon (1974-1977); Fundador da Habitat Engenharia (1977) e da Esquadrus Fábrica de Esquadrias e Beneficiamento de Madeira (1979); Conselheiro e vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (1978); Diretor e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (1979-1992); Fundador e presidente da Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (1982-1985); Professor da Escola Técnica Federal do Amazonas, hoje Instituto Federal do Amazonas (1973-1977); Dirigente do boi-bumbá Caprichoso (1991-1992); Presidente do Atlético Rio Negro Clube (década de 1990); Coordenador Regional da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea-AM – Mútua (2004 -2005).