Eddo Hallenius de Azambuja Bojunga

Engenheiro Eletricista, Mecânico e Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1954 

Nascimento: Pelotas (RS), 11 de janeiro de 1931
Falecimento: Porto Alegre (RS), 15 de junho de 2018
Indicação: Câmaras Especializadas de Engenharia Mecânica e Metalúrgica e de Engenharia Elétrica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS)


Família, amizade e a engenharia tinham valor inestimável para Eddo Hallenius de Azambuja Bojunga. Eram, para ele, um patrimônio construído ao longo de uma “vida bem vivida”, como declarou na autobiografia dedicada aos familiares um ano antes de falecer.

“Deus dirigiu meus passos desde minha infância e juventude, que foram maravilhosas, deu-me uma ótima saúde e, mais tarde, o companheirismo de duas mulheres maravilhosas e famílias que viveram e vivem sem desavenças e em absoluta harmonia. Perdi meu pai muito cedo, com apenas 14 anos, entretanto, minha santa mãe soube educar-me de forma completa e a boa índole, herança de meus antepassados, fizeram com que eu sempre me sentisse feliz, não desejando aquilo que não tinha – dinheiro de sobra – mas sim o suficiente para levar uma vida digna e feliz!”

Foi essa referência de integridade que Bojunga deixou para os filhos. “Sempre presente e atencioso, foi um exemplo de dignidade e correção. Sinto falta dos conselhos sábios e moderados", confessa o filho do primeiro casamento, Luiz Edmundo, com quem a irmã Eleonora concorda: “Homem íntegro e cristão autêntico que me legou este modelo de retidão a ser seguido”. “Deixou ensinamentos e exemplos: respeito e perdão a todos e dedicação àquilo que se propunha a fazer. Ele faz falta, com sua leveza de alma e coração tranquilo”, comenta Juliana, enteada que Bojunga ganhou aos 70 anos, quando se casou com Marilene.

"Deixou ensinamentos e exemplos: respeito e perdão a todos e dedicação àquilo que se propunha a fazer."

“Nos conhecemos em janeiro de 2000, quando éramos viúvos. Em julho, fomos morar juntos e nunca mais nos desgrudamos. Em 25 de maio de 2001 foi nosso casamento”, conta com emoção a história de quase 20 anos ao lado do engenheiro, descrito por Marilene como “abnegado que sempre lutou para unir as engenharias”. 

O discurso de encerramento de mandato como conselheiro no Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS), em 2015, confirma a expectativa de Bojunga sobre harmonização das profissões. “Um dia todos nós seremos engenheiros e cada um fará o que souber e o que aprendeu a fazer na sua escolha de especialização. Vão acabar estas disputas de sombreamentos que tanto têm nos desgastado ao longo dos anos”, disse aos colegas de ofício.

No Crea-RS, Bojunga compartilhou conhecimentos técnicos e profissionais por mais de uma década e meia enquanto conselheiro titular e suplente, tendo exercido seu primeiro mandato em 1958. Participou de inúmeros encontros, seminários e simpósios, além de ter marcado presença em cerca de 15 encontros nacionais de câmaras especializadas, e também na Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea).  

"Abnegado, sempre lutou para unir as engenharias."

“Muito sério e sempre respeitado”, como descreve com admiração a esposa, foi homenageado diversas vezes pelo Sistema Confea/Crea e Mútua. Ainda hoje a atuação e o comprometimento dele continuam sendo lembrados. 

Perto de completar um ano de falecimento do engenheiro, em maio de 2019, o Crea-RS mais uma vez reconheceu a contribuição dele para a construção da história do Conselho. “Foi emocionante”, recorda Marilene com orgulho em ver que a lembrança de Bojunga é mantida viva entre os profissionais da Engenharia.  
 

Trajetória profissional
Estagiário no ramo de elevadores, na Bromberg Comercial (1952-1953); Estagiário (1954) e responsável técnico (1966-1994) na Bojunga – Dias S.A., onde somou cerca de 900 obras e 350 projetos, conforme Acervo Técnico junto aos Creas do RS, PR, SC e SP; No Crea-RS foi conselheiro suplente e titular nos períodos 1958-1961 e 2002-2015, tendo sido secretário da Diretoria (1959-1961), coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (2003, 2004, 2007 e 2008), desempenhou funções junto à Diretoria, na Comissão de Ética (2006, 2007, 2014 e 2015), integrou a Comissão de Análise de Processos com Recurso ao Plenário (2008, 2011, 2012, 2013 e 2015), sendo coordenador por dois anos, participou da Comissão de Mediação e Arbitragem e da Comissão de Transição da saída dos arquitetos do Confea (2011), foi representante do Plenário junto à Câmara de Geologia e Minas (2010), integrou o GT para Regulamentação e Divulgação da Lei Estadual Complementar 14.376/2013 – Lei Kiss e o GT Memória da Engenharia (2014); Professor assistente das disciplinas Mecânica Aplicada e Mecanismos, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963-1976); Integrante do Conselho do Departamento de Água e Esgotos de Porto Alegre (1972-1974); Sócio-fundador, gerente e responsável técnico na Yergata Montagens e Obras Ltda (1994-2014); Responsável técnico das empresas VO-Elétrica e Hidráulica Ltda. (1995-2002) e Instaladora Base Ltda. (2003); Agraciado pelo Crea-PR com a Comenda – 50 anos de Atividades Profissionais (2004); Homenageado três vezes pelo Crea-RS (2008, 2014 e 2015); Integrante do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (2013-2018).