Brasília (DF), quinta-feira, 22 de abril de 2004. O Crea-MG esteve presente na tradicional festa de 21 de abril, em Ouro Preto, que este ano comemorou os 20 anos das Diretas Já, um dos maiores movimentos políticos já ocorridos no país. Ao som do baque de Maracatu, artistas de rua, portando um standart com o slogan do Conselho, Alicerce de um Novo Tempo, fizeram um cortejo de época, arrastando as pessoas pelas ruas da cidade até chegar à Praça Tiradentes, onde uma multidão esperava o início da cerimônia. A estudante de engenharia, Marise Oliveira, gostou da participação do Crea nas comemorações. "Estou na metade do curso e conheço muito pouco sobre o Crea. Achei muito interessante a apresentação, pois deixou claro para mim que o Conselho não é apenas uma entidade burocrática, mas também responsável e comprometida com problemas políticos do Brasil", analisou. O advogado Aloísio Duarte falou que a irreverência dos artistas chamou sua atenção. "Quando vi aquelas pessoas maquiadas e com aquelas roupas diferentes fiquei curioso. Logo vi material do Crea sendo distribuído e percebi que era uma manifestação do Conselho. É diferente. Normalmente estas instituições são muito fechadas e a irreverência passa a impressão de que não é bem assim", disse. Nas comemorações deste ano o Governo do Estado homenageou várias pessoas que participaram do grande movimento que contribuiu para encerrar o período da ditadura militar e iniciar o processo de democratização no Brasil, entre eles, líderes do movimento Diretas Já: Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas, José Richa e Edgar da Mata Machado. Também foram homenageados, entre outros, o ministro da Cultura Gilberto Gil, o ex-governador do Mato Grosso e autor da emenda que propôs as eleições diretas para a Presidência da República, Dante de Oliveira, os senadores Eduardo Suplicy e Pedro Simon. A atriz Fernanda Montenegro, oradora oficial do evento e a cantora Fafá de Belém também receberam homenagens.Em 1984, quando o Brasil ia às ruas pedir eleições diretas para presidente em apenas três países da América Latina havia democracia: Venezuela, Costa Rica e Colômbia. O processo de democratização brasileiro, acelerado pelas Diretas culminou com a realização de eleições diretas para presidente em 1989. Apesar de quase duas décadas, o Brasil ainda não vive uma democracia completa. Basicamente porque foi assegurado o direito ao voto, mas o país ainda esbarra na questão do desenvolvimento econômico e social. Pesquisas recentes mostram que 1/3 da população vive na miséria e este dado foi decisivo para que o país ocupasse posição desconfortável, em estudo da ONU que aponta as falhas nos regimes democráticos da América Latina. Entre as 18 democracias da região o Brasil está em 15o lugar. Do Crea-MG
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