Congresso de Geologia abre espaço para fórum em João Pessoa

Brasília, sexta-feira, 3 de maio de 2002. O último dia (sábado, 3) de debates do Fórum Nacional
"Dalmi Rodrigues"
de Política de Geologia, Recursos Minerais e Meio Ambiente, começou com uma ótima notícia para a Febrageo, quando o presidente da SBG (Sociedade Brasileira de Geologia), Antônio Pedrosa Soares, anunciou a criação de um espaço, dentro do 41º Congresso Brasileiro de Geologia , que se realiza em João Pessoa (PB), de 15 a 20 de setembro próximo, para a continuidade das discussões levantadas neste primeiro evento em Brasília."Este encontro foi muito proveitoso e temos que continuar a mobilização dos profissionais para resolvermos os principais problemas da categoria", afirmou Pedrosa.Os trabalhos que duraram todo dia, foram coordenados pela mesa composta por João Cesar Pinheiros, Dower Alvim, João Carlos Gomes, Enzo Nico Jr, João de Deus Souto Filho, respectivamente presidente nacional, secretário-geral, tesoureiro, diretor de Política de Geologia e Recursos Minerias e presidente da Região Nordeste 1, da Febrageo. Além de Enesto Alves, coordenador da Câmara Especializada de Geologia e Minas, do Sistema Confea/Crea.Reconhecendo o tímido desempenho da entidade, Pinheiros afirmou que o objetivo de agora em diante é agregar e interagir com as entidades de classe que compõem a Febrageo. Para ele, o "fórum abriu espaço para que governo e profissionais definam uma política adequada e que um novo encontro, durante o 41º Congresso, ajudará na consolidação de um programa de valorização do setor".Destacando a diferença entre a profissão de geólogo - cujo exercício obedece a uma legislação - e a ciência - que independe da profissão Geologia e que estuda a história, constituição e dinâmica atual da terra, a professora e coordenadora do curso na UnB, Edi Mendes, afirmou que no Brasil, por estarem sempre atreladas acabam sendo desconhecidas, tanto a profissão quanto a ciência, apesar das 18 escolas públicas registradas no País.Edi critica a ausência de debate entre professores e instituições de ensino para a troca de experiências, mudanças e reorientação dos cursos. "Mesmo assim, afirmou, enviamos ao MEC uma proposta sugerindo a extinção do currículo mínimo e instalação de novas diretrizes, no entanto, ainda não tivemos resposta do ministério".Edi anunciou que a USP está implementando o curso de Licenciatura em Geologia, "o que ampliará o mercado de trabalho para os geólogos que poderão dar aulas nos ensinos fundamental e de 1º Grau".Já para Enzo Jr., a iniciativa da USP não é conveniente "porque interferirá no mercado de trabalho que absorverá gente com 30% da carga do ensino pleno e sugere que o curso deveria ser de Licenciatura em Ciências da Terra".O diretor de Política de Geologia e Recursos Minerais da Febrageo propôs e viu aprovada, sua sugestão de iniciar estudos para transformar a Federação em um sindicato de âmbito nacional que possa oferecer apoio em questões trabalhistas e junto aos órgãos governamentais na defesa dos interesses da categoria. Para tanto, ele defende que as associações com mais de três anos de atividade, se transformem em sindicatos regionais."As atribuições Profissionais dos Geólogos, Ensino de Geologia e Cidadania", tema da palestra do dia, ficou a cargo de Nivaldo Bósio, geólogo, advogado e diretor de Relações Sindicais da Febrageo. Bósio afirma que uma série de atividades, principalmente ligadas ao meio ambiente, não são contempladas na legislação que rege o exercício profissional do geólogo e precisa ser revista e sequer toca em questões como jornada de trabalho . "Proponho que a lei 4;076 que rege a profissão não seja revogadas, mas ampliada no que tange às atribuições dos geólogos".Ernesto Silva, por sua vez, afirmou que a coordenadoria nacional das Câmaras Especializadas em Geologia e Minas vem realizando um levantamento para poder sugerir a criação de Câmaras nos Creas onde ainda não existam, além da verificação do salário mínimo profissional junto a diversas entidades de classe.Entre os diversos temas abordados pelos participantes do Fórum, esteve a diminuição da evasão de alunos dos cursos de Geologia, creditada a expansão do mercado de trabalho, além das tratativas do Confea e Febrageo na verificação dos cursos e das empresas estrangeiras quanto ao cumprimento do salário mínimo profissional. Maria Helena de Carvalho - Da equipe da ACS