Brasília, 12 de março de 2025.

Inspirar a juventude a explorar os campos da inovação e engenharia tem sido trabalho constante do Confea. Nesta semana, o conselho recebe uma equipe de jovens talentos apaixonados por robótica, a Star Bots Votu, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Votuporanga. Formado por estudantes entre 13 e 17 anos, o time participa da FIRST® LEGO® League Challenge (FLLC), em Brasília (DF), entre os dias 12 e 15 de março.
O torneio integra o Seminário Internacional Sesi de Educação, com especialistas do Brasil e do exterior. Considerado a maior competição de robótica do país, o festival reúne 272 equipes, representando 25 estados brasileiros, que disputam desafios em arenas e pistas, buscando uma vaga no campeonato mundial de robótica.
Recepcionar a garotada no Confea é investir na ciência e tecnologia do Brasil, segundo o presidente Vinicius Marchese. “É uma moçada que tem futuro! E serão todos engenheiros, certo?”, brincou ele ao conversar com os jovens, que treinavam no espaço cedido pelo Confea para eles organizarem materiais e aperfeiçoarem os robôs ao longo da semana. Empolgado com a participação da equipe, Vinicius fez um convite especial ao público das redes sociais: “Torçam por eles no campeonato que vai até sábado!”, incentivou.
Para a professora Isabel Motta, responsável por coordenar o Clube de Robótica Votu, o suporte do Confea e do Crea-SP está sendo fundamental para que os estudantes avancem no projeto. “Sem o apoio do Conselho de Engenharia, nós não estaríamos aqui hoje porque precisamos de investimento para comprar material, como impressora 3D, além de custear passagem, hospedagem e alimentação. Então, esse suporte funciona, principalmente, como incentivo para os alunos se dedicarem mais ao projeto”, afirmou a professora, ao salientar como foi importante receber apoio do presidente Vinicius na divulgação da iniciativa e ter ajuda do Crea-SP na organização da vakinha eletrônica para custear as despesas dos estudantes e garantir a participação deles no campeonato nacional.

“Toda ajuda é bem-vinda”, como reforçou a professora, seja na organização da rotina dos alunos, ou com investimento financeiro para adquirir notebooks, motores, blocos de montar e pagar inscrição nos campeonatos. Isso porque o projeto de extensão atende não apenas estudantes do IFSP, mas beneficia também alunos das escolas do município e das cidades vizinhas, além de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
E é justamente essa rede de apoio que tem permitido à equipe alcançar feitos extraordinários. Na FIRST® LEGO® League Challenge (FLLC), o time conquistou prêmios em todas as edições que participou. Nas Olimpíadas Brasileiras de Robótica, o grupo já acumulou importantes premiações, incluindo um bronze e um ouro na etapa regional, além de um ouro na fase nacional.

Os resultados positivos vão muito além das competições. Isabel ressaltou que a iniciativa tem impulsionado a educação e aberto caminhos para carreiras promissoras. “Temos alunos que conquistaram bolsas de estudo, ingressaram em cursos de engenharia civil, elétrica e química, e até avançaram para o mestrado”, contou a professora, com orgulho.
Matheus Bianchini é um exemplo do resultado transformador do projeto. Ele conquistou uma bolsa de estudos ainda no oitavo ano do ensino fundamental e, agora, prestes a concluir o ensino médio, segue determinado a realizar um sonho que cultiva desde a infância: tornar-se engenheiro mecânico. “Essa escolha vem tanto da robótica, que comecei aos nove anos, quanto da influência do meu pai, que tem uma empresa de mecânica”, explicou o líder da equipe Star Bots Votu.
Estar nesta semana no Confea é um marco especial na trajetória rumo à engenharia. “Fico muito grato porque, nesses sete anos na robótica, nunca houve uma oportunidade tão grande como essa. Sempre tivemos que correr atrás de verba para realizar viagens. Então, temos uma imensa gratidão por estar aqui e receber todo esse apoio. Isso ajuda a gente a crescer”, agradeceu o estudante.

Às vésperas da competição, Matheus sinaliza que o grupo está otimista. “De todos os seis anos que participei da FLL, este é o que temos mais chance de passar para a fase internacional porque o protótipo está muito bem feito, inclusive foi bem avaliado por especialistas e já recebemos proposta de pessoas interessadas em adquirir o projeto. O robô está fazendo uma boa pontuação, considerando que na etapa regional ficamos em primeiro lugar na categoria desenvolvimento, e a pesquisa também está bem feita”, assegurou o líder do time.
O projeto
O programa FIRST® LEGO® League Challenge desafia estudantes de nove a 15 anos a buscarem soluções para problemas da sociedade moderna a partir de um mergulho no conceito STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).
Os jovens, liderados por dois adultos, técnicos da equipe, precisam trabalhar com base nos Valores Essenciais (Core Values) como respeito, ganho mútuo e competição amigável. Seguindo regras específicas para cada temporada, eles constroem robôs baseados na tecnologia LEGO® SPIKE™ Prime, que devem ser programados para cumprir uma série de missões. Para participar, as equipes devem ter de dois a dez integrantes, que podem estar associados a uma escola, um clube, uma organização ou simplesmente ser formado por um grupo de amigos.

A temporada 2024/2025 explora o fundo dos oceanos. Para participar, a equipe Star Bots Votu, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Votuporanga, desenvolveu um protótipo que funciona como solução para monitorar animais no mar. “Através de pesquisa, vimos que faltam informações para pesquisadores identificarem a biodiversidade dos oceanos, como espécies de tubarão e polvo. Essa boia, que criamos para identificar animais marinhos, é alimentada por placa solar e energia cinética. A boia é composta por uma âncora para evitar movimentação e também por um sensor que consegue rastrear até 3 mil metros nas profundezas. Com isso, o sensor identifica onde os animais estão. Daí, ele solta um drone, como se fosse um pequeno submarino, para registrar fotos e vídeos. O controle desse drone pode ser tanto por uma pessoa quanto por Inteligência Artificial”, detalhou o líder do grupo, Matheus Bianchini. Além de auxiliar biólogos em pesquisas e monitoramento de animais, a boia pode identificar tubarões na praia e prevenir ataques a banhistas.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea, com informações da Agência de Notícias da Indústria e do Instituto Federal São Paulo – Campus Votuporanga