
Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Ceará, em 1968
Nascimento: São Raimundo Nonato (PI), 25 de janeiro de 1942
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI)
O nome do engenheiro civil Cid de Castro Dias está marcado na construção e na memória do Piauí. Formado em 1968, ele participou de dezenas das edificações que levaram progresso ao seu estado natal. Essa empreitada proporcionou a Cid um rico repertório para escrever a historiografia do Piauí, documentando com precisão técnica os eventos e personagens que moldaram a cronologia da região. Seu duplo legado, tanto na Engenharia quanto na preservação da história, inspira novas gerações de profissionais e pesquisadores piauienses.
Funcionário de carreira da Secretaria de Obras Públicas do Estado entre 1969 e 1999, foi subsecretário de Obras Públicas nas duas administrações do governador Alberto Silva: 1971-1975 e 1987-1991. Também exerceu os cargos de diretor da Divisão de Conservação e coordenador de Obras Especiais. Além disso, foi engenheiro fiscal de diversas obras importantes, como o Estádio Albertão, Centro Administrativo, monumento Jenipapo, Teatro 4 de Setembro, Metrô de Teresina, Parque Potycabana, Instituto de Educação, Terminal de Petróleo, Zoobotânico e a ponte construída sobre o rio Igarassu, em Parnaíba.
“Minha obra preferida é o estádio Albertão, idealizado pelo governador Alberto Silva, em 1971. Na construção, usamos toda tecnologia de ponta de que o Brasil dispunha naquele tempo. Para as fundações, usamos 600 tubulões a 6 metros de profundidade. Foram usados três tipos de concreto: o convencional, o pré-moldado e o protendido, que era novidade na época. Também foi utilizado acelerador de pega para agilizar o endurecimento do concreto e, assim, entregar a obra para o Campeonato Nacional de Clubes, o atual Brasileirão, em 1973”, recorda Cid, ao falar do estádio que está entre os maiores do país.
Cid trabalhou na Empresa de Obras Públicas do Estado do Piauí (Emoppi), tendo desempenhado as funções de gerente de Acompanhamento de Obras e assessor técnico-econômico. Foi titular da Secretaria Extraordinária de Projetos Estruturantes, da Prefeitura Municipal de Teresina em 2002, e diretor-presidente da Empresa Teresinense de Processamento de Dados (Prodater) de 2002 a 2004.
Sua profunda experiência na construção civil o levou a ocupar uma cadeira no plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) como representante do Clube de Engenharia do Piauí, entre 1981 e 1984. Sua expertise foi compartilhada ainda com alunos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), onde ministrou as disciplinas de Física, Matemática, Concreto Armado, Orçamento de Obras e Meio Ambiente.
Cid é membro da Academia de Ciências do Piauí, ocupando a cadeira 3 desde 2007, e da Academia Piauiense de Engenharia, onde ganhou o assento 19 em 2018. Além disso, integra a Academia Piauiense de Letras desde 2016, tendo sido eleito para a cadeira 15, um reconhecimento à produção literária, especialmente, dedicada ao registro histórico do Piauí.
Entre as publicações de sua autoria, estão “Os caminhos do Rio Parnaíba”, que enfoca a exploração dos recursos naturais do Piauí sob a ótica do desenvolvimento sustentável; “Piauí – projetos estruturantes”, o qual aborda as grandes obras do estado, como o sistema viário e o estádio Albertão; e “Piauhy – das origens à nova capital”, que narra a história desde a colonização até a mudança da capital de Oeiras para Teresina em 1852. Em “Piauí – obras que desafiam”, o tema são as obras paralisadas, como a Ferrovia Transnordestina, enquanto “Engenharia Piauiense” mostra, em ordem cronológica, todas as obras realizadas por governadores e prefeitos da capital, com fotos coloridas de cada uma, totalizando 750 imagens. Já a biografia “Alberto Silva – Centenário” homenageia o governador e engenheiro que revolucionou a gestão do Piauí em dois mandatos. “Falando à moda antiga” reúne palavras e expressões que marcaram a juventude de Cid em São Raimundo Nonato, no interior do estado.
Com ampla divulgação, “Piauí, seus engenheiros, suas obras” dá continuidade ao resgate histórico das mais importantes edificações públicas do estado. O inventário lista, por exemplo, as primeiras obras realizadas por Enrico Antônio Galuzzi, engenheiro militar especialista em Cartografia, que trabalhou na administração do primeiro governante da Capitania do Piauí, João Pereira Caldas, com a missão de implantar a organização político-administrativa. Com farto acervo fotográfico, a publicação aborda as técnicas de construção de casas, igreja, praças, ruas e avenidas, na fase inicial da ocupação do espaço urbano da capital Teresina, em 1852, e segue registrando as grandes obras do século XX até o ano de 2021.
Por toda sua dedicação à Engenharia Civil e ao resgate dos fatos emblemáticos do Piauí, Cid foi agraciado com as comendas do Mérito Conselheiro Saraiva, concedido pela Prefeitura Municipal de Teresina, e do Mérito Renascença e da Ordem Estadual Centenário Alberto Silva, entregues pelo Governo do Piauí. Também recebeu diplomas de Louvor da Câmara Municipal de Teresina, da Academia Piauiense de Letras, da Academia de Letras da Magistratura, do Crea-PI e do Sindicato dos Engenheiros do Piauí (Senge-PI).
Em 2024, Cid de Castro Dias recebe a maior honraria do Sistema Confea/Crea em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento do Piauí e para que os dois séculos de memória piauiense sejam amplamente conhecidos. Cada edificação concluída e cada história contada refletem o apreço do engenheiro por sua terra natal, onde ele construiu sonhos e segue preservando a riqueza cultural e histórica do estado.