CES propõe revisão de diretrizes curriculares de geografia

quarta-feira, 2 de junho de 2004. As diretrizes curriculares para educação superior de geografia, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), vêm sofrendo sucessivas críticas de profissionais da área, educadores, estudantes e instituições de ensino. O texto, que orienta os cursos e deveria determinar perfil profissional, habilidades e competências dos futuros geógrafos, é considerado superficial. O problema, identificado desde a publicação da resolução do CNE, em 2002, será agora enfrentado pela Comissão de Ensino do Sistema (CES) Confea/Crea.Na última reunião ordinária, realizada em Teresina, Piauí, entre 25 e 27 de maio, a CES deliberou que o Sistema vai buscar o Ministério da Educação para cobrar medidas efetivas e estimular a reavaliação das diretrizes. "O texto que vale hoje não corresponde às necessidades da educação em geografia, é vago demais", avalia o coordenador da CES, arquiteto Itamar Kalil. As diretrizes, compostas por quatro artigos, "são muito generalistas e deixam margens para que cada instituição monte o curso da maneira que quiser", considera Kalil.O primeiro passo da CES, com o apoio das entidades e instituições ligadas à área da geografia, será o diálogo com o CNE. "As portas já estão abertas", acredita Kalil. Isso porque o novo presidente do conselho, Roberto Cláudio Frota Bezerra, é engenheiro agrônomo, filiado ao Sistema e já foi procurado pelo Confea em outras oportunidades. Bezerra foi, inclusive, um dos convidados da plenária ordinária 1321, quando que deu palestra sobre os novos paradigmas da educação no Brasil e disse ser "muito simpático ao Sistema Confea/Crea". Com o eventual compromisso do CNE para a reavaliação das diretrizes, a próxima etapa encabeçada pela CES será a convocação das entidades relacionadas à geografia. A idéia é discutir e elaborar a proposta de um modelo que atenda às necessidades reais de formação do geógrafo.Saiba mais:Resolução CNE Nº 14, de 13 de março de 2002Gustavo Schor - Da equipe da ACOM