Referência nacional e internacional, quando o assunto trata de mecânica dos solos, barragens e pontes, além de física, Antonio José da Costa Nunes (29 de abril de 1916 a 3 de agosto de 1990) tem seu trabalho reconhecido em citações encontradas na história do ensino dessas ciências no Brasil, na formação de seus alunos, na influência sobre outros mestres. O reconhecimento é constatado na publicação de livros, teses, monografias, artigos e fascículos, e ainda na história de empresas que ajudou a fundar, como a Tecnosolo S.A., que credita a ele o início de tudo e destaca em seu site: “A Tecnosolo foi fundada em 17/10/57 pelo empreendedorismo de um dos maiores engenheiros geotécnicos já produzidos no país: Antonio José da Costa Nunes ...”
Antonio casou-se e teve três filhos: Antonio, já falecido, Maria, que vive em Portugal e Júlio Cesar Costa Nunes. E é nas lembranças de Júlio, que percebemos a liderança exercida pelo pai na família e profissionalmente: “Tenho a mesma profissão que ele e sinto a responsabilidade de corresponder às expectativas geradas pelo sobrenome Costa Nunes”, confessa Júlio.
“Meu pai foi uma figura de denodo, garra e caráter, e passou isso para a gente”, diz Júlio que “poderia falar horas” sobre o pai de quem destaca o bom humor e criação de frases espirituosas, como: “Cada um tem a sua maneira de ser besta” e “Minha ignorância é especializada nesse assunto” - quando desconhecia sobre o que se falava.
Sobre a velhice, dizia: “nasci na Idade Média”. Quando não tinha certeza sobre algum fato relatado, era taxativo: “Se não é verdade, é muito bem contado”. E ao contrário da sabedoria popular, achava que “é melhor andar mal acompanhado do que só”.
Júlio lembra que Antonio criou o tirante de barra - uma ancoragem que escora os solos para evitar deslizamentos -, além de soluções de contenção, consideradas arrojadas.
Por Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea