Goiânia, quarta-feira, 27 de novembro de 2002. Formação contínua. Essa é a receita para os profissionais atenderem as novas demandas de mercado de trabalho, de acordo com o professor Marco Antônio Dias, da Universidade das Nações Unidas. Em conferência proferida durante a 59ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (SOEAA), que está sendo realizada no Centro de Convenções de Goiânia até 29 de novembro, ele fez essa afirmação e ressaltou que "é na formação acadêmica que as mudanças têm que ser mais visíveis para haver interação entre os profissionais que estão saindo das universidades e o mercado de trabalho".Marco Antônio Dias enfatiza a necessidade de maior vínculo das universidades com as empresas. Casamento difícil, segundo ele, onde os "cônjuges frequentemente têm objetivos diferentes e a relação acaba se tornando desconfiada, neurótica, doentia, frequentemente impossível, com acusações mútuas de infidelidade. Mas, é uma cooperação necessária, todos estão de acordo. É bom que organizações como o Confea definam códigos de ética para seus associados e as empresas com que mantêm relações e que estimulem a cooperação das empresas com as universidades", defende.O conferencista diz que para isso, o exame de experiências de outros países, desenvolvidos ou não, é útil. Ele cita como exemplos o Business Education Forum criado pelo American Council on Education, organização dos Estados Unidos, e a CRE antiga Conferência de Reitores Europeus, hoje Associação das Universidades Européias e ainda o Fórum Europeu Universidade Indústria.Para Marco Antônio, num país como o Brasil, formar jovens com espírito empreendedor, em outras palavras, é ajudá-los a conceber suas próprias empresas, que ele acredita fundamental. Para isso, além de introduções e modificações pedagógicas no âmbito da formação, ele defende o desenvolvimento de incubadoras de empresas, dentro e fora das universidades, como elemento essencial. Mas ressalta que não se pode esquecer que o mercado é mutável e que o indivíduo tem, antes de tudo de ser preparado para responder às necessidades s0ociais e não as do mercado.Programa de Educação Continuada - Questionado pelo presidente do Confea, eng. Wilson Lang, sobre sua avaliação a respeito do programa de Educação Continuada do Sistema Confea/Crea - que envolve um circuito de antenas parabólicas espalhadas por todos os Creas e universidades com transmissão de conferências e cursos de interesse da área tecnológica - Marco Antônio Dias disse que a iniciativa é muito importante. Ressaltou, no entanto, que o controle do conteúdo das informações passadas tem que estar com o Sistema Confea/Crea e deve ser desenvolvido em parcerias com as universidades nacionais, e também com as internacionais, porém no segundo caso - faculdades estrangeiras - enfatizou que "deve haver um eficiente processo seletivo". Bety Rita Ramos - Agência de Notícias do Confea/Crea