Inovação depende de rede mundial que una práticas locais

Brasília, 28 de julho de 2016

Conferencista no segundo dia da Conferência Internacional Água e Energia, o técnico especialista da Organização dos Estados Americanos (OEA) Cesar Parga ministrou a palestra “Inovação regional e estratégias de empreendedorismo para criar inclusões sustentáveis e competitivas nas Américas”, que abordou relacionamentos em redes para a inovação e exemplos bem-sucedidos. 

Confira o álbum de fotos do evento

“Nossos países da América Latina estão longe da capacidade de gerar renda a partir de desenvolvimento”, disse, explicando, em seguida, que isso não acontece por falta de capacidade técnica, mas por falta de conexão entre sistemas de empreendedorismo. “Não podemos apenas copiar e levar soluções de uma região a outra. O pensamento é global, mas a ação é local, com base no que temos de capacidade na região”. A OEA defende relacionamentos em redes mundiais, porém com práticas que iniciam localmente. Parga citou o Vale do Silício como um exemplo construído “de baixo para cima”, que gerou valores a partir de conhecimento concentrado em uma comunidade regional.

Um pesquisador local pode entrar com soluções para um empreendedor que está em outra área, que consegue incentivo com um determinado governo. Parga explicou que um dos esforços da OEA é incentivar e promover esse tipo de rede. “Conectar os pontos não acontecem automaticamente. Essa conferência é um exemplo de como podemos nos conectar rapidamente, mas depois temos que manter isso vivo. Empreendedores, pesquisadores e líderes de políticas públicas têm que sentar juntos para tomar uma caipirinha e criar ambientes de construção de confiança”, defendeu. 

Nesse sentido, Parga acredita que apenas reduzir os impostos de comércio exterior não é incentivo suficiente. “Qual o benefício econômico para um pesquisador de engenharia que queira entrar em um projeto de um empreendedor?”. Ele explica que um pesquisador universitário, por exemplo, só vai se sentir seguro de realizar projetos com um empresário se as regras forem claras e se houver benefícios para o próprio profissional, não apenas para o exportador.

 

 

Envolver o profissional diretamente nessa cadeia de geração de valor é o que fomentaria a inovação na América Latina. “Temos que agir sem esperar a política perfeita, o governo perfeito – isso não vai acontecer. A única forma de fazer mudança é começar um por um, aprender fazendo. Não vai ficar perfeito da primeira vez, mas isso é o importante do empreendedorismo: assumir o risco e falhar. É a partir das falhas que nos capacitamos”. 

Para Parga, um meio para conquistar essa conexão mundial é aprimorar os currículos escolares, priorizando o ensino de idiomas e abordando formas de interação com culturas de diversas partes do mundo. “As crianças também têm que aprender a pensar estratégias de resolução de problemas a partir de mídias sociais e sistemas de computação”. Parga acredita que as escolas devem providenciar essas habilidades para que as futuras gerações caminhem sempre em direção à inovação. Veja o arquivo apresentado na palestra.

A “Conferência Internacional Água e Energia: novas abordagens sustentáveis” segue até esta sexta-feira (28/7), em Brasília.

 

Leia também:

Eficiência energética, uso de água para produção sustentável de alimentos e interligação de energia global são destaques do 1º dia da Conferência Internacional

- Representante da Unesco defende alteração do paradigma energético

- Kassab destaca importância da Conferência Internacional Água e Energia

- Futuro da Bioenergia é tema de palestra do físico Wolfgang Bauer

- Inovação depende de rede mundial que una práticas locais

- Água e energia: temas de conferência internacional atraem profissionais da área tecnológica de todo o país

- Confea passa a integrar o Conselho Mundial de Água

Beatriz Leal e Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea