Energia mundial, renováveis, saneamento e reúso da água permearam debates desta quinta-feira

Brasília, 5 de maio de 2016.

"Wolfgang Bauer abriu os trabalhos de quinta-feira"

Palestra internacional do físico alemão especialista em física nuclear, Wolfgang Bauer, abriu a manhã desta quinta-feira (5/5) da Reunião Preparatória para a Conferência Internacional “Água e energia: novas abordagens sustentáveis”. Na palestra, ele abordou os problemas e as oportunidades para a economia energética mundial. Veja matéria completa.

 

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"Secretário do Ministério das Cidades apresentou metas para o saneamento"

Ainda durante a manhã, os participantes assistiram à palestra do secretário de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, eng. civ. Paulo Ferreira, que apresentou o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) – aprovado em 2013. Entre as metas estabelecidas pelo Plano, está a de universalizar o saneamento básico no Brasil até 2023, contemplando coleta de resíduos sólidos e abastecimento e distribuição de água. Quanto às enchentes, a intenção é fazer a gestão do controle, para reduzi-las em 30% até 2033. “As metas do Plansab não são ousadas, mas são metas atingíveis”, esclareceu. Ferreira também mostrou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, que opera há cerca de 20 anos. Entre os números mostrados, o incremento da rede de água que, entre 2013 e 2014, cresceu 14,7 mil quilômetros. “O sistema de esgoto tem que ter funcionalidade. Não adianta fazer o abastecimento se ele não estiver ligado a redes de tratamento”, completou Ferreira.

"José Antônio da Silva: Brasil estuda energia renovável desde os anos 1970"

Após Ferreira, falou o José Antônio da Silva, graduado e doutor em Engenharia Industrial Mecânica, sobre Energias Alternativas e Renováveis. Para ele, o importante é “fomentar a discussão, porque realmente a questão da energia é relevante para todo e qualquer país que prevê um futuro com melhor estrutura para sua população”. Silva focou a colocação do Brasil nos estudos que, desde a década de 1970, mostram a evolução do uso das diversas fontes de geração de energia, tradicionais e alternativas e renováveis. Com gráficos que mostraram a redução do uso de óleo e a busca de energias alternativas e renováveis, estudos revelam a necessidade e dependência cada vez maior da sociedade moderna de energia  para atender a demanda, “tanto pelo crescimento da população mundial, quanto pelo uso individual”. Entre os dados apresentados, a capacidade de investimento em novas energias demonstra que, no planeta, dos 161 milhões de dólares foram para 257 milhões os investimentos na área, entre os anos de 2009 a 2011, e que China, Itália, Índia,  Estados Unidos e Alemanha são os que mais investem. O Brasil aparece em 4ª posição na produção de biodiesel, em 3ª com relação a  energias renováveis  e em 2º na geração com base na água. 

"“Água é sinônimo de conservação e reúso”, defende Hespanhol"

“Conservação e reúso da água como instrumentos de gestão” foi o tema da palestra da tarde, apresentada por Ivanildo Hespanhol, diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água da Universidade de São Paulo. Entre outros títulos, além de doutor em Engenharia Sanitária, Hespanhol afirmou que, no Brasil, o setor industrial vem investindo maciçamente no reúso de água em função da economia que se reflete nas despesas da empresa e que gira em torno de 80%, nas despesas relativas à água. “Água é sinônimo de conservação e reúso”, diz o professor ao esclarecer que, no caso dos condomínios residenciais horizontais, o reúso não potável – ou seja, água para limpeza e jardinagem, por exemplo – pode significar 30% de economia nos custos. “Em condomínios com grandes áreas verdes, a economia pode significar até 70% de redução nos custos”, informa. Didaticamente, Hespanhol falou da gestão da demanda que implanta processos para reduzir o consumo, e da gestão da oferta que substitui sistemas convencionais, como a captação de águas de superfícies, uso de águas subterrâneas e pluviais. Segundo o professor, a resistência maior é das companhias de saneamento que carecem de uma tecnologia avançada para o reúso de águas do sistema de água e esgoto.

 

Beatriz Leal, Fernanda Pimentel e Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea