Confea na Rio+20: Educação é a palavra-chave para o desenvolvimento sustentável

Rio de Janeiro, 16 de junho de 2012.


Educação: essa foi a palavra mais citada por José Tadeu da Silva, presidente da Febrae (Federação Brasileira das Associações de Engenheiros), anfitriã do evento, e do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), ao falar para os cerca de 70 participantes do Seminário de Comunidades Sustentáveis “World Sustainable Communities Day”, promovido pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, neste sábado (16/6).

 

Para o engenheiro civil, “o planeta, casa da humanidade, não está sendo bem cuidado por seu morador, o homem. Educação, tecnologia e inovação serão capazes de reduzir os impactos negativos no meio ambiente e construir uma cidade sustentável”, afirmou.

 

Sem esquecer os atuais 6 bilhões de habitantes da Terra que, segundo estimativas, abrigará cerca de 9 bilhões em 2050; lembrando da água enquanto recurso natural finito, e que a ciência não é a única ferramenta que pode levar a um desenvolvimento sustentável, José Tadeu recorreu novamente à Educação como meio “para a construção de uma cultura ambiental, conceito mais amplo e profundo, que deve ser desenvolvido para termos uma economia verde”. “Os engenheiros precisam estar mais atentos à evolução até para contribuir com uma melhor qualidade de vida,  e essa virada depende da Educação”.

 

Engenharia gera transformação

Durante o evento, que integra a programação da Conferência Rio+20, Gretchen Kalonji, diretora-geral assistente do Departamento de Ciências Naturais da Unesco, expôs o portfolio de projetos que a Unesco, em parceria com a Federação Mundial de Engenheiros (FMOI), pretende desenvolver em busca de um desenvolvimento sustentável e da definição cada vez mais clara sobre o que é e como pode ser aplicada a economia verde.

 

Segundo ela, essa iniciativa junto às universidades, além de inovadora destacará a importância da Engenharia para gerar focos de transformação e práticas de educação ambiental.

 

Sobre resultados concretos da Rio+20 e de projetos em busca do desenvolvimento sustentável, a representante da Unesco afirmou que a entidade “concentra esforços em busca de novas práticas, o que tem servido de impulso para alimentar o trabalho".

 

Para Gretchen, no entanto, é fundamental a participação da sociedade, parlamentares e jornalistas, em especial, nas discussões sobre práticas que levem à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida, “mesmo que tragam resultados a longo prazo.”

 

Crescimento limpo e  verde depende da sociedade

Ede Ijjasz-Vasquez, diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável para América Latina, Caribe e Regiões, do Banco Mundial, sem esconder a expectativa sobre o documento final da Rio+20, aposta “na sociedade e no indivíduo para um crescimento limpo e verde”.

 

Ao destacar que a América Latina está à frente na defesa do meio ambiente, Ede afirmou que devem surgir novas tecnologias que permitam o uso racional dos recursos da água e da terra para a sobrevivência humana.

 

O diretor do Banco Mundial lembrou que cidades muito antigas terão dificuldades para se adaptar a novos modelos de consumo e de economia, mas acredita que isso pode ser feito em núcleos urbanos mais recentes.

 

Ele vê de forma positiva o envolvimento da engenharia nas discussões sobre o rápido crescimento das cidades que “não estão preparadas para enfrentar desastres naturais ou mesmo os provocados pelo próprio homem”. Para ele, “ou a economia verde é implantada nos próximos 20 anos ou muitas cidades vão quebrar”.

 

Construir uma cidade verde e inclusiva, que alcance as camadas mais pobres da população mundial é o desafio, disse Ede, para quem,  “a conexão pobreza-meio ambiente é questão fundamental para a Unesco”.

 

Olhar desafiador

Steven Wilson, do Conselho Internacional de Ciência, defendeu o “fortalecimento da ciência na coordenação de pesquisas e programas sobre meio ambiente e sustentabilidade para o bem da sociedade”.

 

Wilson acredita que pesquisas integradas, desenvolvidas por profissionais de diversas áreas e países, levarão à criação de novas tecnologias e práticas que levem a uma melhor qualidade de vida.

 

“Os cientistas têm que lançar um olhar desafiador sobre o que pode significar sustentabilidade. A importância da Educação para as novas gerações é crucial para manter a qualidade de vida no planeta”.

 

Maria Helena de Carvalho
Assessoria de Comunicação do Confea
Foto: Dmitri Valença