Confea e Sebrea buscam alternativas para micro e pequenas empresas

Brasília, 25 de maio de 2006

Uma parceria para contribuir com o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. Esse foi o tema de uma reunião realizada ontem, 24 de maio, entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, e representantes do Sistema Confea / Crea / Mútua. “Viemos aqui propor a busca conjunta de uma alternativa para que possamos contribuir, enquanto conselho profissional cidadão, para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. Não só para a reflexão, mas também para a ação”, disse o presidente do Confea, eng. Civil Marcos Túlio de Melo.

Essa iniciativa não foi tomada por acaso. Conforme dados do próprio Sebrae, o Brasil tem hoje 5 milhões de empresas formalizadas. Dessas, 98% são micro e pequenas empresas, das quais 85% dizem faturar menos do que 200 mil reais por ano e, em certas regiões, 75% dizem que seu rendimento fica abaixo de 40 mil reais por ano. “Essas empresas são muito importantes numericamente, porque geram muitos empregos”, ressaltou o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto.

Segundo ele, parcerias como essa proposta pelo Sistema são muito importantes, porque pequenas empresas costumam ter dificuldade para sobreviverem com tantas exigências impostas pela lei. “Muitas vezes temos uma legislação de primeiro mundo, mas que não funciona na prática”, disse Okamoto, explicando que, muitas vezes, por terem um faturamento baixo, essas empresas têm dificuldade de contratar os profissionais e exigidos pela lei, entre outras normas. “Precisamos enfrentar essa realidade. E isso só é possível com a democratização do conhecimento”, reforçou.

Estiveram presentes na reunião os presidentes de Crea Jonas Dantas (BA); José Wellington Costa (SE); Aloísio Ferreira de Souza (AL); além dos Conselheiros Federais Jacques Sherique e Liberalino de Souza; do presidente do Conselho Nacional das Associações de Técnicos Industriais, Ricardo Nascimento e da Assessora da presidência, Carmem Eleonora. Juntamente com o eng. Marcos Túlio de Melo, eles se comprometeram a construir uma prática de como levar o conhecimento já acumulado para um setor que envolva os profissionais da engenharia, da arquitetura e da agronomia.

O Sistema já possui parcerias com o Sebrae. Um exemplo é o curso de educação à distância de empreendedorismo, que foi customizado para engenheiros, arquitetos e agrônomos. O curso começou no dia 6 de fevereiro e está fazendo sucesso em todo o país.

Pensar o Brasil - Os representantes aproveitaram para mostrar ao presidente do Sebrae o projeto Pensar o Brasil, que propõe um amplo debate com a sociedade para inserir os profissionais do sistema não apenas no debate das políticas públicas, mas também na intervenção com vistas ao desenvolvimento sustentável do país. “Vamos debater as prioridades de investimento para o nosso setor e para a sociedade como um todo. Não se trata de um projeto tecnocrata, vamos trabalhar com a sociedade”, enfatizou Marcos Túlio.

O coordenador do projeto, assessor da presidência Luiz Carlos Soares, ressaltou que existe muita discussão acumulada, mas que a proposta é discutir nas bases das profissões do Sistema e abrir para a sociedade, para que todos possam participar de forma ampla. “Nossa pretensão é colocar o saber acumulado pela área tecnológica à disposição da sociedade, para fácil acesso”, disse Soares.

Ele explicou que, depois de debates realizados nas cinco regiões do país, será consolidado um documento denso e conciso, com as propostas do setor, a ser entregue aos candidatos à presidência da república durante a Semana Oficial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que acontece de 20 a 24 de agosto em Maceió-AL. “Nossa atuação irá além desse marco. Vamos fazer uma mobilização para acompanhar a elaboração e o comprimento do orçamento público”, enfatizou o presidente do Confea.

Por Mariana Zanatta
Assessoria de Comunicação do Confea