Curso a distância causa polêmica no GT de Segurança do Trabalho

Brasília, 29 de março de 2006

Os integrantes do GT da Engenharia de Segurança do Trabalho discutiram, juntamente com o chefe do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da USP, Sérgio Médici  Eston,  a criação do curso de especialização a distância. 

Eston, que ministra o curso há mais de três anos, com o apoio da escola Politécnica da USP, veio a convite do Confea, explicar a metodologia do ensino a distância que está sendo aplicada aos cursos de especialização, em especial ao curso de Engenharia de Segurança do Trabalho. 

Segundo o professor, o curso “tem um cronograma melhor do que o presencial”. Além das apostilas, os alunos têm que ler vários livros ao longo dos quatros semestres do curso. Todas as escolas deveriam ter curso a distância”, defende.

Mas apesar das vantagens oferecidas, alguns dos integrantes do GT não aprovaram a idéia.  Para eles, o problema é saber se o curso oferecido prepara realmente o aluno. Outro ponto abordado foi o fato dos Creas não estarem preparados para fiscalizar esses cursos. 

O eng. Cezar Benoliel acredita que está havendo uma inversão de valores. Para ele, o ensino a distância “está dentro de uma lógica ultra-liberal que é a titularidade a qualquer preço”. Benoliel também citou um provérbio: “Se cria os sábios com ç”. 

Já para o coordenador do curso de especialização de Segurança do Trabalho, da faculdade Unama, do Amazonas, e presidente da Associação de Engenharia de Segurança do Estado do Pará- AEST, Grácio Serra, o curso a distância ofereceria aos diversos alunos a oportunidade de estudo. Segundo ele, os municípios são muito distantes uns dos outros. Para se ter uma idéia, de um município ao outro, são 21 horas de viagem de ônibus. “Esse curso facilitaria a vida não só dos alunos que teriam uma chance a mais de estudar, mas dos professores também, que não precisariam se locomover para ministrar a aula”, defende.

Isabel Almeida
Da equipe da Acom