Brasília, 12 de dezembro de 2005
Durante um dos intervalos da exaustiva última sessão plenária do ano, que aconteceu na sede do Confea de 07 a 10 de dezembro, o conselheiro Manoel Duré, eng. agrônomo que já passou pela presidência do Crea Paraíba, e acumula considerável experiência no Sistema Confea/Crea, nos concedeu uma entrevista. Duré é um dos seis conselheiros federais que estão encerrando o mandato. Ele deixa registrado nas linhas abaixo a passagem pelo Confea e os planos políticos para o futuro.
ACOM - O senhor, antes de chegar ao Confea, foi presidente do Crea da Paraíba por duas vezes. Como foi essa experiência?
Duré presidir o Crea do meu estado foi uma experiência muito proveitosa e enriquecedora. Tive dois mandatos em que trabalhei em prol da valorização profissional. Também escancarei as portas do Crea da Paraíba para a sociedade beneficiária dos serviços da engenharia, da arquitetura e da agronomia.
ACOM Qual o período em que o senhor desempenhou essa função?
Duré Estive como presidente de 1997 a 2000 e de 2000 a 2003. Vim, depois, diretamente para ser conselheiro federal, cargo para o qual foi eleito para o período de 2003 a 2005.
ACOM Que conhecimentos o senhor trouxe do Crea para o Confea?
Duré O Crea é a base do sistema, é onde estão os profissionais que executam os trabalhos da área tecnológica. É onde a gente houve as reivindicações e demandas dessa comunidade. É o lugar certo para aprender na verdade o que é o sistema. Isso me gabaritou para que pudesse exercer um bom mandato aqui no Confea.
ACOM Como foram esses três anos que o senhor passou aqui no Confea?
Duré Foi uma experiência muito positiva porque tive oportunidade de enxergar o sistema de forma global. Pude participar de fóruns e eventos internacionais e interagir com outras entidades. Além de tudo, trabalhei fortemente na questão da legislação profissional no dia a dia da CEP, que eu costumo dizer que é uma verdadeira delegacia de polícia.
ACOM Por que?
Duré Porque na CEP a gente se depara com as questões mais delicadas do Conselho Federal, as que mexem diretamente com as carreiras da área tecnológica.
ACOM O senhor também participou de outras comissões?
Duré Sim, inicialmente estive na CCS, onde fui coordenador. Acredito que fiz ótimo trabalho lá, já que é a comissão que cuida da saúde financeira do sistema. Primei pela responsabilidade e rigor absoluto nessa área e acho que resolvemos todas as questões pendentes.
ACOM Da CCS o senhor passou para a CEP?
Duré - Sim, e este foi um momento muito importante. Porque na CEP eu representava a agronomia nacional. Nós discutimos assuntos inerentes a essa modalidade e tenho certeza de que representei bem os agrônomos de todo o Brasil.
ACOM Este ano o senhor também foi membro da Comissão Eleitoral Federal que preparou as maiores eleições já realizadas no sistema. Foi um grande desafio?
Duré Um trabalho novo é sempre um grande desafio. Tivemos muito trabalho mas, no fim, tudo deu certo. Foi uma comissão composta por conselheiros com muita responsabilidade, dedicação e imparcialidade, o que dignificou o trabalho de todos que participaram dela.
ACOM O senhor planeja um dia voltar ao Confea ocupando uma cadeira de conselheiro?
Duré É muito difícil, porque o conselho federal tem um rodízio de estados e modalidades das profissões. Talvez se um dia aparecer a vaga de agronomia para o estado da Paraíba, daqui uns 20 anos, quem sabe eu não esteja aqui novamente?
ACOM O senhor é a favor da representatividade de cada estado dentro do Confea?
Duré Com certeza, essa legislação tem de ser mudada o mais rápido possível para que a gente possa ter a representação federativa. Quando cada estado tiver seu conselheiro, o rodízio vai acontecer apenas entre as categorias.
ACOM Quais são seus planos para o futuro próximo?
Duré Não vou sair da política profissional. Estou planejando ser candidato nas eleições para a Diretoria da Mútua no próximo ano. Acredito que, com a confiança e os votos dos nossos pares aqui no Plenário do Confea, eu possa sair vitorioso para ocupar este lugar.
ACOM É uma forma de colocar a Paraíba em evidência?
Duré Com certeza. Não esqueço jamais da minha Paraíba. Inclusive ando sempre com a bandeirola do Crea da Paraíba porque reconheço que foi ali que iniciei minhas atividades profissionais e pude trabalhar pela política profissional da nossa área. São as minhas raízes e faço questão de representar bem o povo de lá.
Sandro Farias
Da equipe da ACOM