Soberania Nacional pauta debate da Fisenge durante a 76ª Soea

Palmas (TO), 18 de setembro de 2019

O Simpósio Fisenge pela Engenharia e Soberania Nacional, com realização da Fisenge e Senge Rio, reuniu autoridades, lideranças classistas, especialistas e profissionais, durante a 76ª SOEA, em Palmas (TO), nesta terça-feira (17). Entre as autoridades da abertura estavam o presidente do Confea, eng. civil, Joel Krieger; o presidente da Fisenge, Clóvis Nascimento; o presidente do Senge Rio, Olímpio Alves dos Santos; a diretora da Mútua, Giucélia Figueiredo; a deputada estadual, Maria del Carmen; e o geol. Olívio Arlindo Silva, da Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Geologia do Confea.

Clóvis Nascimento, presidente da Fisenge: “Momento é dificuldade com impacto em vários setores da economia”

O presidente do Senge Rio, Olímpio Alves dos Santos, ressaltou a necessidade do debate contínuo frente aos projetos de privatização das estatais, citando a Eletrobrás, Petrobrás, Embraer e outras. Clóvis Nascimento, presidente da Fisenge, disse que o momento é de extrema dificuldade com impacto em vários setores da economia, incluindo as empresas do setor de saneamento e água. “Apesar do déficit na área de saneamento, o abastecimento de água atinge 94% da população. Temos o direito de nos indignarmos”.

 

Deputada Maria del Carmen: conscientização dos jovens profissionais

A diretora da Mútua, Giucélia Figueiredo, apontou o compromisso do Sistema com engenharia e com a soberania nacional. “O Conselho deve ser protagonista deste diálogo em defesa da sociedade”. A deputada estadual pela Bahia (PT) eng. civ. Maria del Carmen afirmou que não há engenharia se não tivermos independência. “Temos que sensibilizar os profissionais mais jovens a envolverem-se nas questões políticas”.

Joel Kriger, presidente do Confea, “Falar em soberania é falar da engenharia”

Representando a Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Geologia, o geol. Olívio Arlindo Silva, citou os riscos geológicos e a segurança em barragens e a soberania do petróleo e pré-sal como temas importantes ao debate. O presidente do Confea, eng. civil Joel Krieger, pontuou a participação dos profissionais do Sistema nas temáticas que envolvem a soberania nacional. “Falar em soberania é falar da engenharia. É um momento oportuno para valorizarmos nosso capital tecnológico, seja em empresas públicas ou privadas”.

Veja mais fotos no Facebook do Confea
Assista à playlist de vídeos no Youtube
 

Brasil Soberano
O ex-senador, Roberto Requião, iniciou os debates com a palestra “A construção de um Brasil soberano”. Citando acontecimentos e contextos históricos que evidenciam a luta antiga entre “capital e trabalho”, o palestrante justificou o momento de intranquilidade no Brasil e no mundo, diante da evidente perda de direitos trabalhistas.

ex-senador, Roberto Requião: “Precisamos de uma frente parlamentar política, sem viés ideológico”

Para Requião, o capital financeiro e o liberalismo econômico conduzem a nação para um processo de ineficiência e insegurança, baseado em três fatores: a precarização do estado em detrimento da valorização dos bancos centrais; a precarização do Congresso com o financiamento dos processos eleitorais; e a precarização do trabalho com o fim da consolidação dos direitos trabalhistas, da previdência pública e da atuação dos sindicatos.

Como alternativa à crise, destacou a necessidade de criação de uma frente parlamentar política, sem viés ideológico, que se oponha ao processo liberal, com a participação do estado na retomada do crescimento da economia.

Inovação com gestão compartilhada
O Geol. Guilherme de Oliveira Estrella apresentou como o planejamento estratégico implantado no Centro de Pesquisas da Petrobrás (CENPES), desde a década de 60, e a gestão compartilhada entre os setores de pesquisa e operação, levaram a empresa a um salto tecnológico. Ele ministrou a palestra “Ciências, tecnologia, engenharia e inovação na história do petróleo”.

Geol. Guilherme Estrella: “Só desenvolve tecnologia quem opera”

Segundo Estrella, a gestão compartilhada de conhecimento com a união de pesquisadores junto ao setor operacional transformou as dificuldades em oportunidades para inovar e avançar, trazendo confiança e competências para a exploração do petróleo em águas profundas. “O desenvolvimento tecnológico está ligado às necessidades de avanços. Empresa estatal é uma ferramenta de desenvolvimento nacional e do estado”, pontuou.

O palestrante citou ainda os investimentos no pré-sal como investimentos em pesquisa e tecnologia e alertou para o risco da mudança do marco regulatório a partir de 2016, que tirou o estado da posição de operador único do setor. “Quando se transfere o poder de operação, perde-se autonomia de gestão e a possibilidade de desenvolvimento tecnológico. Só desenvolve tecnologia quem opera”.

Reportagem: Adriano Comin (Crea-SC)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 76ª Soea

Fotos: Damasceno  Fotografia/Confea