Impactos da urbanização afetam serviços de drenagem nas cidades

Palmas (TO), 19 de setembro de 2019.

O painel Drenagem reuniu dezenas de profissionais de diferentes estados. Moderado pela eng. amb. Priscila Quevedo Garcez, o assunto foi debatido por dois especialistas, o eng. civ. Luiz Orsini e o eng. amb. Luiz Guilherme Grein Vieira.

Eng. civ. Luiz Orsini explica que serviços de drenagem ainda são vistos como atividades secundárias

Consultor em planos, projetos e pesquisa nas áreas de recursos hídricos e saneamento básico – com ênfase ao controle de inundações e qualidade da água – o eng. civ. Luiz Orsini apresentou o tema “Soluções sustentáveis para drenagem e manejo das águas pluviais”.
Orsini trouxe estudos e avaliações sobre os impactos da urbanização nos serviços de drenagem, ocupação de várzeas, impermeabilização de solo e uso da água nos municípios.

Carência de profissionais
Ele explicou que os serviços de drenagem são vistos como atividades secundárias, em que não há planejamento e as soluções implantadas são pontuais. “Muitas obras de drenagem são implantadas sem projetos de engenharia e em caráter emergencial. Existe uma carência de profissionais capacitados para planejar, construir, operar e há falta de interesses políticos em destinar recursos para a drenagem e manejo de águas pluviais”, ressaltou.
O consultor acrescentou que as consequências deste cenário são degradação do ambiente urbano, aumento da frequência e da magnitude de inundações, poluição hídrica e menos disponibilidade de água.

Eng. ambiental Luiz Guilherme Vieira destaca que serviços de drenagem nos municípios sofrem com falta de informações das prefeituras

Vertentes e diretrizes
Na sequência o eng. ambiental Luiz Guilherme Grein Vieira abordou o tema “Drenagem Urbana – desafios e projetos”. Ele discorreu sobre Drenagem Urbana nos Planos Municipais de Saneamento Básico e citou os principais desafios enfrentados. “Hoje, nos Planos, devem ser seguidas as quatro vertentes que são água, esgoto, resíduos e drenagem. A que mais temos problemas de falta de informações e dados nas prefeituras é a drenagem”, enfatizou.
Ele também detalhou a Lei 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, e apontou alternativas para solucionar os problemas com serviços de drenagem. “É fundamental a criação de um departamento específico de drenagem nas prefeituras com profissionais capacitados que tenham envolvimento com o planejamento e área ambiental e ainda a implantação de uma taxa de drenagem para o desenvolvimento de projetos de captação e detenção”, acrescentou.

Reportagem: Almir Moura (Crea-MG)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 76ª Soea
Fotos: Damasceno Fotografia/Confea