Em acidente de carro, o engenheiro civil Osvaldo Valinote morre no interior de Minas Gerais

Integrantes a Ctae em 2018: à esquerda, Valinote ao lado de Adilson de Lara, assistente da comissão, eng. civil Célia Rosa, eng. mec. William Barbosa, Sandra Ascari e Ronald do Monte

Na noite da 5ª feira, 09/01, um acidente de carro matou o engenheiro civil Osvaldo Valinote, 71 anos, e sua companheira, Débora Fortunato.


Segundo relato dado a um de seus filhos, Amauri Valinote, a colisão  ocorreu perto da cidade de Ituiutaba (MG) e teria sido provocada por um veículo que vinha em sentido contrário na estrada que liga a cidade mineira de Uberaba – onde Valinote passou os últimos dias-  a Goiânia, residia.


Para Valinote - vítima da poliomielite, contraída aos 11 meses de idade - , a vida sobre uma cadeira de rodas podia ser difícil mas era o principal desafio a enfrentar para alcançar seus objetivos, como se formar, circular pelos corredores da UFG onde lecionou por 41 anos,  exercer a representação classista atuando com destaque no Sistema Confea/Crea e motivar quem o ouvisse falar sobre as dificuldades não só de, mas de quem tem algum tipo de dificuldade.


Ele chegou a confessar que  só passou a exigir seus direitos em 2012, entre eles a inclusão de itens de acessibilidade em obras e/ou empreendimentos: “eu fazia tudo o que os meus amigos faziam sem qualquer obstáculo provocado pela sequela da pólio. Mas, quando entrei no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, descobri, convivendo com outras pessoas, que minha deficiência me dá direitos”.


Uma das marcas que deixa no Sistema Confea/Crea e para milhares de profissionais se refere à sua participação no Manual Prático de Acessibilidade que ajudou a elaborar enquanto integrante da Comissão Temática Acessibilidade e Equipamentos (Ctae), do Confea.


Entre dezenas de declarações dadas em seminários, encontros, cursos, aulas, sessões plenárias, palestras técnicas, defendeu a importância de termo de cooperação entre o Sistema Confea/Crea e o Ministério Público e que prevê a adaptação dos prédios públicos à Lei de Acessibilidade 10.048/2000. “A adesão dos Creas é importante para todos. É necessário que os profissionais tenham ciência desse termo e cobrem que os presidentes dos Creas de seus estados assinem e participem”.


O currículo de Osvaldo Valinote registra que foi graduado em Engenharia Civil em 1973,  pela Universidade Federal de Goiás  em  instituição onde se especializou em Engenharia de Segurança do Trabalho, em 1978, e em Administração Universitária, fez mestrado em Engenharia Civil em 2005, e  foi professor titular.


Com ênfase em Segurança do Trabalho, atuou principalmente nos seguintes temas: acidentes do trabalho, construção civil, saúde e segurança do trabalho, doenças ocupacionais e segurança do trabalho. Foi presidente do Conselho de Curadores da UFG; conselheiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); conselheiro suplente do Confea e do Conselho Nacional do Direito das Pessoas com Deficiência (Conade).


Tristeza e consternação - Ao lamentar o falecimento de Osvaldo Valinote, o presidente do Confea, eng. civil Joel Krüger, disse “ter recebido com muita tristeza e consternação a notícia da morte do amigo, engenheiro civil, e ex-conselheiro federal:


“Estivemos juntos em diversos momentos, trabalhando em prol da acessibilidade. Em 2018, integrou a Comissão Temática de Acessibilidade e Equipamentos (CTAE) que produziu o Manual Prático de Acessibilidade do Confea, material riquíssimo que reúne informações técnicas direcionadas aos profissionais da engenharia, urbanismo e afins. A todos os familiares e amigos meus mais sinceros sentimentos. Que Deus conforte a todos neste momento”.


Valinote deixa ex-esposa e dois filhos.


Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea