Considerada o maior evento da cafeicultura do sul do país, a Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – Ficafé - reúne até esta sexta-feira, 4/10, cerca de 3 mil participantes, entre produtores rurais, comerciantes, profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua, docentes e discentes das áreas ligadas à Agronomia e toda cadeia produtiva ligada à cafeicultura. O evento é realizado anualmente, sempre na cidade paranaense de Jacarezinho, oportunidade em que produtores, pesquisadores e compradores de café fazem rodadas de negócios, conhecem maquinários e equipamentos do setor e degustam cafés especiais.

Neste ano, toda a produção levada à Feira foi vendida ainda no primeiro dia. “Os alemães e americanos que vieram já compraram tudo”, contou o conselheiro regional do Crea-PR eng. civ. Nilton Batista Prado, que, na 12ª Ficafé, representa o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger. Prado explicou que a produção do café varia bienalmente – um ano a safra é grande, no outro é menor. “Este é um ano de safra reduzida, então o preço tende a subir. Os produtores ficam bem remunerados, e a cooperativa cresce. São pequenos produtores que, se fossem vender sozinhos, não conseguiriam se manter no mercado”, comemora Prado.

De acordo com o conselheiro – que, na década de 1980, foi um dos fundadores da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Norte Pioneiro –, a região tem produção diferenciada e chega a vender o café arábica por um valor três vezes maior do que a média do preço no país. “Isso se dá devido à altitude da região, mas também por conta do tratamento do solo e do melhoramento do café – técnicas que são abordadas durante a Ficafé”.

Realizada pela Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Ancepp) - em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), com a Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp), e com a Indicação de Procedência do Norte Pioneiro do Paraná -, a Ficafé recebe apoio do Sistema Confea/Crea e Mútua, entre outras entidades. Representando o Confea na abertura do evento, o conselheiro do Crea-PR enalteceu a parceria do Sistema com a Feira. “É a primeira vez que o Confea apoia o evento. Mas o Crea-PR participa há onze anos”, ressaltou.

Em sua 12ª edição, neste ano a Ficafé tem programação extensa, que contempla cerca de 30 workshops, palestras e laboratórios de experimentação, congregando 120 horas de conteúdo. Entre os temas abordados, destacam-se assuntos como empreendedorismo rural no universo feminino, cafeicultura familiar e os desafios para a sustentabilidade. Há, ainda, oficinas de latte art, de extração de cold brew, e de produção de trufa de café e de requeijão de café.

O DNA do café
A principal novidade que a 12ª Ficafé traz para o setor é o lançamento de uma plataforma digital por meio da qual os pequenos produtores de café disponibilizarão informações sobre a produção, com certificação de indicação geográfica, que poderão ser acessadas pelos compradores a partir de QR Code fixado nas sacarias. Para Prado, a plataforma funciona como um rastreamento do café. “Será possível saber quando, em que propriedade e que técnicas foram utilizadas na produção daquela safra. É uma espécie de DNA do produto. E os europeus e americanos – os maiores compradores – dão muito valor a esse tipo de iniciativa”, celebra.

A Ficafé ocorre até esta sexta-feira, 4/10. Saiba mais em www.ficafe.com.br.
 

Beatriz Craveiro, com fotos e informações de Glênio Furtado
Equipe de Comunicação do Confea