Alexandre Duarte Gusmão

Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1988; Especialista em Mecânica de Suelos y Cimentaciones pelo Centro de Estudos e Experimentação de Obras Públicas (Cedex), Espanha, em 1991; Mestre em Engenharia Civil pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Doutor em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1999.

 

Nascimento: Recife, Pernambuco, 7 de março de 1965 
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE)

 

Perfil

Alexandre Duarte Gusmão, um pernambucano de “boa cepa”, como definia um professor, “nasceu engenheiro”, como diz e parece lógico sendo, como seus quatro irmãos, neto e filho de engenheiros. “Na Engenharia, o que sempre me fascinou e ainda fascina é a possibilidade de influenciar a vida das pessoas de maneira positiva. Tenho a convicção de que é com a Engenharia que se constrói a cidadania de um povo e a própria nação”, afirma o professor Alexandre, que confessa: “Eu me dedico ao mais apaixonante lado da Engenharia, que é formar jovens engenheiros para exercer com grandeza essa profissão maravilhosa”.

Com a mesma certeza, afirma:

“Já participei de inúmeras obras, mas não trocaria nenhuma delas pelo sorriso de engenheiros recém-formados”. 

Articulista, autor de livros e responsável técnico por mais de três mil obras geotécnicas no Brasil e no exterior, Alexandre defende e pratica a Engenharia Sustentável que, para ele, é a melhor maneira de continuar interferindo positivamente na vida das pessoas.

Defensor da Engenharia Sustentável, baseada nos aspectos socioeconômicos e ambientais de uma obra ou empreendimento, Alexandre lança de mão de informações, dando conta de que o setor produtivo é o maior consumidor de recursos naturais e o maior gerador de resíduos. Segundo ele, um prédio convencional produz cerca de 150 quilos de resíduos por metro quadrado de área apenas na etapa de construção, sem contar com os resíduos de demolição e escavações de subsolos, sendo que pelo menos a metade disso é descartada de modo clandestino pelos espaços urbanos, causando impactos ambientais e econômicos relevantes. “A conclusão é que isso gera um custo inaceitável para a sociedade”, afirma.

Em artigo publicado no site do Crea-PE, o professor Alexandre diz que “adivinhar o futuro não é tarefa fácil, nem para magos nem para místicos”, mas ele se arrisca a projetar: "no cenário do futuro deverão ser usados novos materiais nas obras, especialmente à base de polímeros. Também devem ser introduzidos novos processos construtivos, com predomínio de elementos pré-fabricados, que não gerem resíduos e com baixo consumo energético e, para se conseguir isso, será necessário um grande investimento técnico nas etapas de planejamento e projeto das obras, incluindo controle de qualidade de projetos e atendimento a sistemas de certificação”. 

Para Alexandre, outra realidade que precisa ser alterada é o financiamento público de obras de infraestrutura, com menos recursos públicos e mais investimentos privados, como acontece nos países mais desenvolvidos. Como exemplo, ele lembra da Inglaterra, onde os investimentos privados chegam a 68% do total. Outro aspecto relevante, observado por ele, é a formação profissional: “o Brasil ainda forma poucos engenheiros para o tamanho da sua economia. Nos países que mais se desenvolveram nas últimas décadas houve: um forte investimento em educação e, em particular, na formação de engenheiros e técnicos”. 

Além de defender a formação de mais engenheiros em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país, Alexandre defende também mudanças na formação do perfil profissional:

“O engenheiro do futuro deve desenvolver outras competências, em áreas como a gestão de pessoas e inovação tecnológica. As universidades deverão estar atentas a esse novo perfil do engenheiro”. 

Sobre as obras de Engenharia, Alexandre afirma que precisam ser planejadas e projetadas não apenas por engenheiros e arquitetos, mas por equipes multidisciplinares, que contemplem e respeitem a diversidade dos aspectos ambientais, sociais e culturais. “A Engenharia deve integrar e não segregar as pessoas”. Para ele, “essa é a Engenharia Sustentável a ser construída por todos, para que as obras sirvam a todos”. 

Encarando a realidade atual, o cidadão e professor Alexandre Duarte Gusmão diz que: “Não há como esconder uma sensação de frustração das pessoas com a nossa Engenharia: obras inacabadas, com prazos estourados e com preços acima dos contratados; escândalos e corrupção envolvendo empresas da área. Muitos enchem a boca com a resposta pronta: isso sempre existiu e são típicos problemas de Engenharia. Discordamos: não são problemas de Engenharia, mas problemas de falta de Engenharia. Precisamos resgatar a verdadeira Engenharia, aquela que modela a natureza, planeja as obras e ajuda a construir a cidadania do nosso povo”. 

Creditando à sua bagagem de conhecimentos que lhe permitiu projeção profissional e agradecendo aos muitos professores que contribuíram para sua formação, Alexandre lança mão do que afirmou o pai, Jaime Gusmão, em discurso de orador da formatura dos engenheiros da UFPE de 1954: “Há de se combater esta mentalidade acanhada das soluções triviais para os problemas mais complexos, da adivinhação substituindo a pesquisa. Libertemos a Engenharia deste comodismo técnico que lhe tira o brilho; deste cenário acanhado que lhe demarca os horizontes; desta roupagem vetusta que lhe ficaria bem um século atrás”.


Trajetória Profissional
Estagiário das obras de construção do metrô do Recife, na Construtora Norberto Odebrecht (1983 – 1984); Bolsista de Iniciação Científica e monitor do curso de Engenharia Civil (1984 – 1987); Estagiário de Projetos de Estrutura e Fundações de Obras e Edificações (1987 – 1988); Projetista e consultor de Obras 
Geotécnicas, na Gusmão Engenheiros Associados (desde 1990); Professor associado e livre docente dos cursos de graduação e pós-graduação lato e stricto sensu, desde 1989; Vice-diretor da Escola Politécnica, da UFPE; Professor adjunto de cursos de graduação e técnico, no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Pernambuco, desde 1991; Produção Acadêmica: Orientador e coorientador de Doutorado (1 tese concluída), de Mestrado (28 dissertações concluídas); Orientador de Iniciação Científica (14 monografias concluídas); Orientador em  cursos de Especialização (38 monografias concluídas), em cursos de Graduação (26 trabalhos de conclusão); Participante em 47 Bancas de Mestrado e em 09 de Doutorado; Produção Técnico-Científica: Autor de cinco livros publicados (“Águas Subterrâneas – Aspectos de Contaminação e Remediação”. Editora da UFPE, 2002; Geotecnia no Nordeste. Editora da UFPE, 2007; “Manual de Gestão de Resíduos da Construção Civil”. CCS Editora e Gráfica, 2008; “Diretrizes para Solução dos Problemas Relacionados aos Prédios Construídos em Alvenaria Resistente, na Região Metropolitana do Recife”. Editora da UFPE, 2009; “Patologia das Construções”. Editora da UFPE, 2018); Autor de sete capítulos de livros; Autor de 18 artigos completos em periódicos nacionais e internacionais; Autor de 151 artigos completos em anais de eventos técnico-científicos nacionais e internacionais; Palestrante e conferencista; Projeto de fundações e edificações dos shoppings RioMar, Tacaruna e Casa Forte em Recife (PE); Natal Shopping, em Natal (RN); RioMar Fortaleza (CE); Salvador Shopping, Salvador Norte (BA) e Jardins Aracaju (SE); Edificação de prédios residenciais, edifícios Pier Duarte Coelho, em Recife (PE), premiado pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural - Abece; Alameda Casa Forte, em Recife (PE), com 40 pavimentos; One Tower, em Camboriú (SC), com 75 pavimentos; Pontes construídas, Paiva, em Jaboatão, Recife (PE), prêmio Abece; Via Mangue, em Recife (PE) e Ferrovia Transnordestina; Projeto de Reforço de Fundações em Recife (PE), edifícios Lausanne e Solar da Piedade, em Jaboatão; Ponte velha, do Recife (PE) e Centro de Convenções da UFPE; Obras em solos moles: Refinaria Abreu e Lima e acesso ao Estaleiro Atlântico Sul,  em Suape (PE); Duplicação da BR 101, em Pernambuco; Rodovia Expressway, em Suape (PE); Taludes e obras de contenção: mapeamento de riscos em encostas urbanas em Recife, Olinda e Camaragibe (PE); Ferrovia Transnordestina e Refinaria Abreu e Lima.